O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (no momento no DEM), marcou para domingo (20.mar.2011) o lançamento do seu novo partido político. Será às 10h, em Salvador, na Bahia.

É uma decisão relevante do ponto de vista político-geográfico. A nova sigla terá pouca presença no Nordeste. Será uma forma de tentar nacionalizar a iniciativa.

O ato em Salvador terá a presença do vice-governador da Bahia, Otto Alencar (hoje no PP). São esperadas as adesões de mais 5 deputados federais baianos, 7 ou 8 deputados estaduais e cerca de 100 prefeitos.

O primeiro ato de lançamento do partido seria no sábado (19.mar.2011), mas a visita do presidente dos EUA, Barack Obama, atrapalhou os planos de Kassab.

Estava pré-agendado um evento na capital do Amazonas com a presença do governador daquele Estado, Omar Aziz (PMN), e do prefeito de Manaus, Amazonino Mendes (PTB). Mas os governadores foram convidados para estar em Brasília no sábado –e o ato de Kassab com esses dois novos aliados ficou adiado para os próximos dias.

Chamada previamente de PDB (Partido da Democracia Brasileira), a agremiação de Kassab será batizada de PSD (Partido Social Democrático). Essa legenda já existiu no Brasil, de 1945 a 1965, quando foi extinta pela então ditadura militar em vigor no país.

Assessores de Kassab fizeram uma pesquisa e descobriram que o nome PSD está livre e pode ser adotado do ponto de vista legal. Foi o partido de políticos famosos, como Juscelino Kubitschek e Ulysses Guimarães. Kassabistas dizem que a marca da nova sigla será o desenvolvimentismo e uma homenagem a JK.

Na realidade, o nome provisório, PDB, acabou sendo massacrado pelos adversários de Kassab nas últimas semanas. Muitos usaram o acrônimo para fazer uma anedota, dizendo se tratar do “partido da boquinha”.

Diferentemente dos sinais emitidos nos últimos dias, Kassab esteve sempre decidido a fazer o novo partido –um assunto que vem sendo ventilado há meses nos bastidores políticos. O prefeito paulistano crê num esgotamento do Democratas, sigla nascida da Arena (que deu suporte à ditadura militar), depois transmutada em PDS, PFL até chegar ao atual nome.

Entre os kassabistas, o argumento para montar o novo partido é o seguinte: “Não se trata de indagar que poucos vão aderir agora –e não serão poucos. Mas é o caso de perguntar quantos políticos de bem e com potencial eleitoral pretendem se filiar ao DEM. Possivelmente ninguém vai aderir ao DEM nos próximos meses. Pelo contrário, haverá saída de políticos. Esse movimento vai existir com ou sem partido novo”.

Para viabilizar o PSD, Kassab anunciará seu desligamento da direção da seção do Democratas no Estado de S.Paulo. Ele hoje é o presidente da legenda no Estado. Continuará filiado, mas deixará já oficializada na 2ª feira (21.mar.2011) sua intenção de criar uma nova legenda. Haverá um ato na Assembleia Legislativa de São Paulo para marcar o lançamento da legenda em solo paulista.

Para montar um partido há algumas regras as serem seguidas, mas uma das principais é viabilizar a entidade em pelo menos 9 Estados (ou em 9 Estados e no Distrito Federal, como explica o post abaixo).

Os noves Estados nos quais serão coletadas assinaturas para criação da nova legenda são os seguintes: Acre, Alagoas, Amazonas, Bahia, Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Tocantins.

Kassab e seus aliados esperam ter as assinaturas necessárias –pouco menos de 500 mil –até a metade deste ano.

Em 2012, o PSD vai disputar prefeituras municipais. Em 2014, pode se fundir com outras siglas ou continuar seguindo carreira solo, a depender do primeiro teste do ano que vem.

p.s.: alguns internautas apontam erro em dizer que a Arena virou PDS, PFL e DEM. Não há erro. A Arena é o partido-mãe. Virou PDS. Do PDS, nasceram vários, inclusive o PFL.

Fonte: Blog de Fernando Rodrigues