Sete em cada dez brasileiros conectados à internet acessaram o Orkut em abril, segundo dados da empresa de métricas ComScore. São mais de 50 milhões de pessoas, que visitam perfis e compartilham confidências, fotos e vídeos – também bisbilhotam a vida alheia, é claro. A situação deveria deixar o Orkut em posição confortável. Essa não é, contudo, a opinião de Silvio Meira, cientista-chefe do Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife (C.E.S.A.R) e um dos responsáveis pela criação do Porto Digital, polo tecnológico da capital pernambucana.

Além do rápido avanço do Facebook no Brasil, Meira prediz a morte do Orkut a partir da observação das próprias falhas do site mantido pelo Google. “Ele está morto do ponto de vista da inovação e do negócio”, disse em entrevista à revista Exame.

Por isso, na visão do especialista, a rede pode seguir os mesmos passos funestos do MySpace, que fez sucesso em meados da década passada, mas perdeu o caminho da inovação e, consequentemente, o contato com seus usuários. Acabou atropelado pelo Facebook, um campeão em inovação, que, segundo Meira, está se tornando uma espécie de internet dentro da internet: “A ideia da rede de Zuckerberg é permitir que o usuário faça todas as suas atividades na web a partir do Facebook, o que já é possível”.