Por Jamildo Melo

A inadimplência do consumidor registrou alta de 8,55% em julho de 2011, na comparação com o sétimo mês de 2010, segundo dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil).

Foi a sexta elevação seguida nessa base de comparação em 2011, o que sugere cautela ainda maior por parte de lojistas e consumidores para o restante do ano, em face do já esperado encarecimento do crédito em função dos juros altos e do ainda persistente cenário inflacionário, que contribuem para a redução do poder de compra e o aprofundamento da inadimplência do consumidor.

De acordo com números do SPC Brasil, nos sete primeiros meses de 2011, a inadimplência acumula alta de 4,91%. Isso ocorre, sobretudo, em razão do ciclo de aperto monetário empreendido pelo Banco Central e peso desse aperto no custo médio do crédito.

A elevação da inadimplência no acumulado do ano já dura seis meses, desde fevereiro, o que pode levar à inversão da curva verificada nos últimos anos dois anos, em 2009 e 2010, quando a inadimplência fechou o ano em baixa. “Com isso, a tendência mais provável é que a inadimplência feche o ano em alta, ou, no máximo, em estabilidade”, avalia o presidente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), Roque Pellizzaro Junior.

A comparação com o mês de junho, no entanto, mostra uma leve queda da inadimplência de 0,91%, resultado que pode ser explicado pela proximidade do calendário com datas comemorativas do segundo semestre, como Dia dos Pais e Dia das Crianças, razão pela qual consumidores buscam honrar seus débitos para poder presentear novamente.

Vendas

Em relação às consultas no SPC Brasil, que refletem em certa medida o nível de atividade no varejo, julho apresentou alta de 6,61% ante o sétimo mês de 2010, a quarta elevação seguida na mesma base de comparação, reforçando a tendência de otimismo nas vendas para o restante do ano.

A comparação entre julho e junho mostra queda nas vendas a prazo de 1,13%, o segundo resultado negativo para as compras feitas com cheque pré-datado ou no crediário. “É um bom dado, mas é importante que a continuidade dessas vendas se dê com saúde, porque temos que pensar sempre na longevidade dos nossos negócios, e não só no curto prazo”, diz o presidente da CNDL.

No ano, o indicador registra alta de 5,22%.