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O ex-ministro Ciro Gomes (PSB) afirmou que as demissões nos ministérios devem continuar porque a presidenta Dilma Rousseff  herdou de Luiz Inácio Lula da Silva um governo “decadente”. Para Ciro, Dilma não poderia “chegar rompendo com Lula”, por ter uma dívida com o ex-presidente, mas acredita que, aos poucos, ela irá trocar boa parte do governo.

Ciro Gomes classificou a queda de três ministros, em menos de dois meses, como “a crônica de uma morte anunciada”. O socialista foi ministro da Integração durante o primeiro governo de Lula, mas não poupou críticas ao último mandato do ex-presidente. “O governo que Dilma herdou do Lula é um fim de governo com todos os sintomas decadentes de um fim de governo, inclusive com a deformação de comportamento de setores amplos do PT e do PMDB”, declarou, na manhã deste sábado (6), antes do início de um evento do PSB, em Fortaleza.

Ciro acredita que as demissões devem continuar. Na visão dele, ainda que aos poucos, Dilma vai compor uma equipe com mais “afinidade”. O socialista disse que a presidenta é “austera”, mas também “age com habilidade e delicadeza” porque recebeu de Lula “a oportunidade de ser presidente da República, sem nunca ter disputado uma eleição sequer”. “Então ela não pode chegar rompendo. Nem deve chegar nem sair rompendo. Mas ela vai ter de trocar o governo. Boa parte, na minha opinião.”

Faxina

Ciro Gomes disse que a “faxina” feita por Dilma deve continuar com os ministérios das Cidades e do Turismo, mas não fez acusações específicas. Limitou-se a dizer que as pastas são “problemas graves”. “Eu sei porque Brasília vive de segredos de polichinelo. Esse é o grande problema do Brasil. Todo mundo sabe.”

A expressão “segredos de polichinelo” – que significa segredos que deixaram de ser segredos porque todos já conhecem – foi usada pelo seu irmão governador do Ceará, Cid Gomes (PSB), há poucos dias em um contexto semelhante, ao tratar sobre as demissões a conta-gotas nos Transportes.

Substitutos

Ciro Gomes também avaliou os substitutos escolhidos para ocupar os lugares deixados pelos ministros demitidos. Para ele, Celso Amorim foi uma boa escolha, pois “tem muito nível”. O problema estaria na pasta dos Transportes, assumida por Paulo Sérgio Passos, após o senador Alfredo Nascimento (PR) deixá-la sob denúncias de corrupção. “Acho que vai ter de ser feita outra substituição. Porque a substituição foi frágil. Foi uma substituição de continuísmo.”