Por Renata Honorato e Beatriz Ferrari

O tratamento do câncer de laringe do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve durar cerca de três meses. A previsão foi feita por Artur Katz, oncologista do Hospital Sírio-Libanês e médico do ex-presidente, em entrevista ao site de VEJA.

Segundo o médico, o tumor é pequeno e localizado, o que significa que não deve se espalhar pelo organismo. Já está definido que o tratamento começa na semana que vem com sessões de quimioterapia. De acordo com Katz, Lula também deve passar por radioterapia.

O diagnóstico do tumor foi confirmado por testes realizados no Sírio-Libanês nesta sexta-feira e sábado. A bateria de exames terminou hoje por volta das 14 horas, com uma endoscopia. Lula deve descansar no próprio hospital até o fim da tarde de sábado e depois seguir para seu apartamento em São Bernardo do Campo.

Rouquidão – Segundo José Crispiniano, assessor do Instituto Lula, o ex-presidente se submeteu aos exames após se queixar de rouquidão. Conforme Katz, ele demonstrou otimismo ao tomar conhecimento da doença. Ele está acompanhado da mulher, Marisa Letícia.

Fator de risco – De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o tabagismo é o maior fator de risco para o desenvolvimento do câncer de laringe. Lula foi fumante por cinco décadas, mas Katz diz que não é possível afirmar que esta foi a causa do tumor. ”O risco de câncer na laringe é maior entre fumantes, mas algumas vezes a doença tem outras causas, como o vírus HPV”, disse. A laringe é um órgão situado na garganta, entre a traqueia e a faringe, que abriga as cordas vocais. O câncer de laringe representa cerca de 25% dos tumores na cabeça e pescoço.

A saúde de Lula já lhe rendeu sustos no passado. Em janeiro de 2010, o ex-presidente teve uma crise hipertensiva que o levou a ficar internado por um breve período e a cancelar uma viagem para participar do Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça. À época, por conta do desconforto, Lula tentou mais uma vez abandonar o tabagismo.