Conrad Murray durante anpuncio da sentença de quatro anos de prisão pela morte de Michael Jackson

Tá na Folha de São Paulo

O médico de Michael Jackson, Conrad Murray, foi condenado a quatro anos de prisão por provocar a morte do cantor, em junho de 2009.A sentença máxima foi anunciada hoje em Los Angeles pelo juiz Michael Pastor, que negou o pedido da defesa de que o médico fosse beneficiado com liberdade condicional.

O juiz declarou que Murray repetiu um “padrão contínuo de falsidade e mentiras” ao esconder que Jackson fazia uso do anestésico propofol e que o médico “abandonou seu paciente”, chamando sua conduta de “uma desgraça para a profissão de médico”.

O promotor David Walgren pediu que o médico fosse também condenado a pagar US$ 100 milhões aos filhos de Michael Jackson, valor que o cantor teria recebido pela turnê que faria naquele ano, além de pagar US$ 1,8 milhão para cobrir os custos do funeral. O valor da indenização será determinado pelo juiz nas próximas semanas.

Murray tem o direito de recorrer da sentença.

Murray, 58, foi condenado no início do mês por homicídio culposo por um juri reunido na Corte Superior de Los Angeles. O julgamento começou no final de setembro e durou pouco mais de um mês. Foram interrogados médicos, especialistas, enfermeiros e ex-funcionários de Jackson.

Para a promotoria, Murray foi negligente ao administrar propofol ao cantor como tratamento para a insônia. Murray administrou propofol em Jackson após outros sedativos não surtirem efeito, mas se ausentou do quarto do artista, em uma mansão de Los Angeles, e ao voltar encontrou o astro pop aparentemente sem vida.

O promotor Walgren destacou as graves falhas profissionais do médico, que recebia um salário mensal de US$ 150 mil. “A evidência neste caso é esmagadora… De que Conrad Murray agiu com negligência criminosa, de que Conrad Murray causou a morte de Michael Jackson…”.

A defesa começou defendendo a tese de que o cantor teria tomado o propofol por conta própria, mas abandonou o argumento. O advogado do médico, Ed Chernoff, disse ao júri que Murray foi “um pequeno peixe em um tanque sujo”, e afirmou que as principais testemunhas do caso conspiraram contra o médico sobre o que ocorreu na casa de Jackson no dia 25 de junho de 2009.