A confiança do consumidor caiu em fevereiro, interrompendo uma sequência de cinco meses sem recuo, revela o Índice Nacional de Expectativa do Consumidor (INEC), divulgado nesta quarta-feira, 29.02, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Com 112,8 pontos, o INEC declinou 0,7% sobre janeiro e 2% em relação a fevereiro de 2011.

O economista da CNI Marcelo Azevedo afirma não ser possível afirmar que a queda no INEC configura uma tendência após cinco meses de elevações, até porque, raciocina, o declínio de 0,7% é pequeno. “Não dá para apostar nisso ainda”, completa.

O INEC é composto por seis índices – expectativas de inflação, desemprego, renda pessoal e compras de bens de maior valor para os próximos seis meses e avaliação da situação financeira e do endividamento em relação aos três meses anteriores. Todos registraram menor confiança.

O indicador que mede a perspectiva de inflação subiu 0,4%, atingindo 101,3 pontos, o que demonstra aumento da preocupação do consumidor com a trajetória dos preços. Aumentou também o temor do desemprego, cujo índice caiu 2% ante janeiro, na maior queda mensal dos componentes do INEC, e 7,6% na comparação com fevereiro de 2012. Quanto menor o índice, maior o receio do desemprego.
A expectativa da renda pessoal se reduziu 1,1% entre janeiro e fevereiro e manteve-se praticamente estável comparativamente a fevereiro do ano passado, mesmo comportamento da avaliação da situação financeira, que declinou 0,2% em fevereiro sobre o mês anterior. Essa perspectiva é melhor do que em fevereiro de 2011, sobre a qual cresceu 2,1%. O consumidor acha, em fevereiro, que estará menos endividado, pois tal indicador recuou 0,7%.. Com menos 0,5% em relação a janeiro, o consumidor tem expectativa de redução nas compras de bens de maior valor.

O INEC foi realizado de 9 a 13 de fevereiro por pesquisa do Ibope com 2.002 pessoas em todo o país.