O presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), afirmou que a Comissão Parlamentar de Inquérito Mista (CPMI) – composta por deputados e senadores – para investigar a relação entre políticos e o chefe da máfia dos caça-níqueis em Goiás, Carlinhos Cachoeira, deverá começar a funcionar no meio da próxima semana. PT e PMDB, os dois maiores partidos, dividirão os principais postos, informam articuladores das legendas.

Mais de 24 horas depois de anunciado o acordo para a criação da CPMI, os líderes partidários ainda discutem o texto do requerimento. “Deve ser o mais amplo e enxuto possível”, disse o líder do PSDB, Bruno Araújo (PE). “O requerimento da CPI deverá prever a investigação de todos os fatos revelados pela operação Monte Carlo e suas conexões com o setor público e o setor privado”. Ao lado de ACM Neto (BA), líder do DEM, Araújo reivindica um dos cargos de comando da CPI para a oposição.

A intenção deles era que ou o DEM ou o PSDB ficassem com a presidência ou a relatoria da comissão. A CPMI, no entanto, deverá ser presidida por um senador peemedebista e um deputado petista deverá ser o relator – seguindo a tradição do Congresso de que as maiores bancadas assumem os cargos mais importantes.

“Esperamos que não seja uma CPI chapa-branca”, afirmou ACM Neto. Os dois líderes consideram que a composição da comissão será uma demonstração do que o governo pretende fazer com a Comissão. “Se a oposição não ocupar um dos cargos, mostrará que o governo quer proteger os seus”, disse o deputado. Ele afirmou, no entanto, que a oposição participará da CPMI com ou sem cargos de comando.(Veja)