Começou oficialmente na manhã desta quarta-feira a Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável. Uma sessão solene, no Riocentro, presidida pelo secretário-geral da ONU para a Rio+20, Sha Zukang,marcou o início dos trabalhos. Mas, antes mesmo do início “oficial”, o bloco da União Europeia já fazia reuniões internas de negociação.

O encontro, que ocorre 20 anos depois da Rio 92, deve reunir cerca de 130 chefes de Estado em sua fase final, para debater propostas sobre como aliar o desenvolvimento econômico à proteção ao meio ambiente e à inclusão social.

De hoje (13) até a próxima sexta-feira (15) ocorrem as últimas negociações sobre o documento que será levado aos chefes de governo. Trata-se da “Reunião do Comitê Preparatório da Rio+20″. Entre os dias 16 e 19, o governo brasileiro organiza mesas de debate sobre temas ligados à sustentabilidade com especialistas na área, nos “Diálogos para o Desenvolvimento Sustentável”. A fase final, chamada de “Segmento de Alto Nível”, com presidentes e líderes de governos, vai de 20 a 22 de junho.

Em entrevista ao Bom Dia Brasil, nesta segunda-feira (11), o embaixador Luiz Alberto Figueiredo falou sobre a importância de se estabelecerem metas globais para o desenvolvimento sustentável.

“Nós queremos que da Rio+20 saiam objetivos de desenvolvimento sustentável, que seriam metas globais de comportamento dos países para buscarmos finalmente a plena sustentabilidade do ponto de vista econômico, ambiental e social. Esse legado já será importantíssimo”, ressaltou Figueiredo, que é o negociador-chefe do Brasil na Rio+20.

O embaixador ressaltou também que o objetivo da Rio+20 é discutir a agenda sustentável dos próximos 20 anos. Segundo ele, o desenvolvimento sustentável é necessário porque os atuais modelos de produção não estão conseguindo resolver as crises globais que estão surgindo.

“Essa Conferência é sobre desenvolvimento sustentável. Parece muito claro hoje que os modelos de desenvolvimento que estão sendo usados estão mostrando a sua incapacidade de resolver a crise e também estão gerando outras crises. Então, temos que ter um olhar mais abrangente sobre o que queremos para os próximos anos. Rio+20 não é apenas 1992 mais 20 anos, mas principalmente 2012 mais 20 anos”, destacou.