Brasil responde por 3% das emissões de gases de efeito estufa. Mesmo numa posição relativamente equilibrada no mercado internacional país se propôs a reduzir em 80% o desmatamento até 2020

Para reduzir a emissão de gases de efeito estufa precisa haver um compromisso de que o planeta vai mudar seu comportamento nos próximos anos. A afirmação é de Tasso Azevedo, consultor e empreendedor social nas áreas de florestas e mudanças climáticas e revela a complexidade que envolve as discussões sobre mudanças climáticas.

De acordo com cálculos de Azevedo, este ano a concentração de todos os gases de efeito estufa na camada de ozônio soma 400 partes por milhão (ppm). “Os níveis históricos oscilam entre 280 e 400 ppms e para que a temperatura média global não suba 2 graus Celsius, não podemos ultrapassar os 450 ppms”, diz Azevedo.

De acordo com ele, atualmente cada habitante produz em média 7 toneladas de carbono. No Brasil, este índice é maior e se situa em 9 toneladas. “Em 2050 o mundo terá que emitir 10,5 toneladas por pessoa, o que significa que teremos reduzir o ritmo”, diz Azevedo acrescentando que o Produto Interno Bruto (PIB) ainda é muito baixo. No mundo é de US$ 1,2 mil e no Brasil não passa de US$ 900. “Para uma economia ser considerada de baixo carbono ela deve emitir 1 tonelada de gases por pessoa e ter PIB de US$ 20 mil para cada tonelada”, explica.

O Brasil, que representa 3% da população mundial, responde por 3% das emissões de gases de efeito estufa e apesar de estar numa posição relativamente equilibrada no mercado internacional se propôs a reduzir em 80% o desmatamento até 2020, “o que evitará a emissão de 15 bilhões de toneladas de carbono”, diz André Guimarães, diretor-executivo da Conservação Internacional.