O primeiro suplente do senador cassado Demóstenes Torres tomou posse na manhã desta sexta-feira no Plenário do Senado, assim que foi aberta a sessão. Wilder Pedro de Morais (DEM-GO) assinou o termo de posse. As informações são da Agência Senado. Ele chegou de surpresa e fez o juramento previsto no Regimento Interno da Casa. “Prometo guardar a Constituição Federal e as leis do país, desempenhar fiel e lealmente o mandato de senador que o povo me conferiu e sustentar a união, a integridade e a independência do Brasil”. A posse de Wilder surpreendeu os próprios senadores. Ele ligou hoje cedo para os integrantes da Mesa, comunicando que estava em Brasília e que desejava tomar posse. O 4º secretário, senador Ciro Nogueira (PP-PI), conduziu a rápida cerimônia de posse.

Possível envolvimento

Um telefonema interceptado pela Polícia Federal na Operação Monte Carlo mostra o contraventor Carlinhos Cachoeira conversando com um de seus aliados sobre um acordo que teria sido firmado com Wilder Morais (DEM-GO), herdeiro da vaga de Demóstenes Torres (sem partido-GO) no Senado. As gravações não deixam claro quais seriam os termos desse acordo e quando ele teria sido feito, segundo a Agência Estado. Na ligação, de maio do ano passado, Cachoeira orienta o ex-vereador tucano de Goiânia Wladimir Garcez, apontado pela PF como elo da organização com políticos, sobre uma reunião que teria com Wilder. Eles discutem como abordar o suplente de senador, que estaria “falando mal” de Cachoeira. “Tinha um acordo aí. Pode falar do acordo meio a meio?”, pergunta Garcez a Cachoeira. Na ocasião, Wilder já era secretário de Infraestrutura de Goiás, nomeado pelo governador Marconi Perillo (PSDB). No diálogo, o ex-vereador indaga Cachoeira se deve “jogar na cara” do suplente a ajuda dada pelo contraventor, que responde: “Se tiver oportunidade, você joga”. Horas mais tarde, o ex-vereador volta falar com Cachoeira e presta contas do encontro.