A equipe de transição do futuro prefeito de Natal, Carlos Eduardo Alves (PDT), estuda mudanças substanciais no arcabouço administrativo do município, que devem resultar na extinção de secretarias, diminuição do número de cargos comissionados e corte de regalias que até hoje são uma realidade para os ocupantes dos principais postos da Prefeitura. O prefeito admite como possível a redução de aproximadamente 45% das atuais 27 Secretarias e de 50% dos 1.050 cargos em comissão, presentes na estrutura administrativa. “Os serviços serão incorporados, Secretarias passarão a ser coordenadorias. Ao invés de ter uma estrutura própria vamos reunir aquelas que têm perfil parecido, complementar; assim evitamos despesas como aluguel de imóvel, pessoal, mais carro, mais cafezinho”, disse Carlos Eduardo.

Artigo de luxo para os auxiliares do primeiro escalão, como veículo oficial, com motorista e gasolina por conta do erário, serão abolidos.

Ele ressalta, como argumento para as alterações, que muitas vezes as estruturas não cumprem o papel de auxiliar o cidadão, servindo “única e exclusivamente para acomodar indicações”. Carlos Eduardo aguarda um relatório para amanhã do contabilista e professor universitário, Dionísio Gomes, que ficou incumbido de elaborar uma proposta da reforma Administrativa. O foco recomendado pelo futuro prefeito foi o de identificar gargalos, orientar sobre superficialidades gerenciais na máquina, os quais devem ser suprimir e, enfim, reduzir o tamanho da máquina administrativa.

Uma das principais prioridades da equipe de transição, segundo a coordenadora Virgínia Ferreira, é fazer um ajuste entre as condições financeiras do município, dívidas pendentes e os projetos atuais e futuros. Esse triângulo administrativo tem balizado parte das discussões do grupo que busca um identificar um panorama global da atual situação do Executivo da capital. De acordo com Virgínia, a equipe tem ouvido agentes públicos da cidade, como representantes do Ministério Público, da Justiça estadual, técnicos e especialistas, para que possa formatar estratégias eficazes para sanar muitos dos problemas que já são do conhecimento da sociedade.

A economista Virgínia Ferreira – futura secretária de Planejamento do município – declarou ontem que uma preocupação da equipe de transição do prefeito eleito, Carlos Eduardo, é com o pagamento dos salários do funcionalismo público, cujos vencimentos do mês de outubro ainda estão, em parte, pendentes. Indagada sobre o assunto, ela admitiu que as projeções não são otimistas, mas garantiu que os servidores podem ficar tranqüilos porque as medidas já estão sendo providenciadas, para o caso de o cenário se confirmar. “Queremos tranqüiliza-los porque se isso acontecer estaremos preparados para agir e solucionar a questão”, destacou Virgínia.

De acordo com a coordenadora, a orientação do prefeito eleito é de não iniciar qualquer obra sem que esteja regularizada a folha de pagamento dos servidores. Para ter um panorama mais atualizado e realista da situação financeira do município, a equipe de transição estará em companhia de Carlos Eduardo, na próxima terça-feira (20), na Câmara Municipal de Natal (CMN), para avaliar o orçamento apresentado pelo município para 2013.