Pesquisa divulgada pelo Ibope neste sábado (24) revela que o eleitorado brasileiro prefere a presidente Dilma (PT) ao ex-presidente Lula (PT) para as eleições de 2014. A pesquisa espontânea – sem que os nomes sejam mostrados ao eleitor – dá a Dilma 26% das citações, contra 19% de Lula.

Se a eleição presidencial fosse hoje, 39% dos eleitores não saberiam em quem votar. 1% dos entrevistados não quiseram responder. Somados aos 4% que afirmaram votar em branco ou nulo, o Brasil tem – a dois anos da eleição – um total de 44% de eleitores sem candiato, um número baixo se comparado a pleitos anteriores.

Em fevereiro de 2010, por exemplo, apenas seis meses antes da escolha para o sucessor de Lula, o total de eleitores sem candidato era de 52%. Outros 23% citavam Lula, que não iria disputar o pleito. Somadas, as citações de candidatos que disputariam a presidência alcançava apenas 25% dos eleitores – número inferior ao atingido por Dilma já este ano.

Vale lembrar que pesquisas eleitorais feitas com tanta antecedência têm taxa de acerto menor do que as feitas mais perto da eleição porque impõem um problema sobre o qual a maioria das pessoas não pensou a respeito. Um ano antes da sucessão de 2010, Serra batia Dilma. E no começo de 1994, Lula era favorito e Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

Muita água ainda pode rolar. A economia pode esquentar ou esfriar. Escândalos de corrupção – aos quais a presidente segue imune – podem ferir sua imagem… Mas a pesquisa revela, principalmente, que Dilma já não pode mais ser vista como um “poste”, como gostavam de afirmar alguns até seu primeiro ano de mandato. E para os que ainda a veem como poste, estes têm de admitir que é um poste com luz própria, independente de Lula.

E o Nordeste – que a elegeu em 2010 – segue sendo sua força. Dilma tem 31% das menções na região e 27% dos citações na Classe C, além de 31% da preferência dos jovens entre 16 e 24 anos. Lula tem mais popularidade entre os mais velhos e os mais pobres.

ONDE ESTÁ A OPOSIÇÃO?
– Entre os nomes da oposição citados como candidato preferido à presidência, o tucano José Serra – que já não consegue vencer nem na sua cidade, São Paulo – tem 4%. O governador de São Paulo Geraldo Alckmin, que disputou o pleito de 2006, tem 3%. Marina Silva, sem partido, ainda é lembrada por 2% dos entrevistados. Outros nomes somam 2%.

O Ibope entrevistou 2.002 eleitores em 143 municípios entre 8 e 12 de novembro. A margem de erro máxima é de dois pontos porcentuais, para mais ou para menos. As três perguntas sobre sucessão foram inclusas em um questionário mais amplo, que pesquisa assuntos diversos a cada mês e é chamado de “bus” pelo Ibope. Clientes pagam para incluir perguntas no “bus”. As questões eleitorais foram incluídas por iniciativa do próprio Ibope, que bancou seu custo.

(Agência Estado)