O conselho político do governo do Estado, formado pela governadora Rosalba Ciarlini (DEM), o senador José Agripino (DEM), o ministro Garibaldi Filho (PMDB), o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Alves (PMDB), o deputado federal João Maia (PR) e o presidente da Assembleia Legislativa, Ricardo Motta (PMN), deverá chegar a um consenso em torno das modificações a serem propostas para o governo do Estado no próximo sábado (16/03), durante reunião em Natal. A ideia é que as sugestões do conselho se deem por meio de uma nota à imprensa.

Já está claro que toda a reclamação da dita “base política” do governo gira em torno da ocupação de espaços. No entanto, para esconder o puro e simples fisiologismo tão rejeitado pela sociedade, os partidos irão fazer as indicações sob o manto do conselho político, que assumirá todas as sugestões. O que não se sabia, até hoje, porém, era que, além das pastas de Recursos Hídricos, Agricultura e, possivelmente, Saúde, os partidos que apoiam Rosalba também irão ofertar ao governo sugestões de mudanças em outros cargos da estrutura administrativa do Estado, quais sejam a EMATER, o DETRAN e a CAERN.

Por conta disso, o clima entre o governo e setores aliados não anda nada bom. Em verdade, uma “guerra surda” estaria sendo travada entre o grupo da governadora e os líderes do PMDB. De um lado, o núcleo mais próximo da governadora, constituído por seu marido, o secretário-chefe do Gabinete Civil Carlos Augusto Rosado, e pelo seu cunhado, o deputado federal Betinho Rosado, irmão de Carlos Augusto, defende a manutenção dos espaços ocupados por indicação deles. Do outro lado, o PMDB, e mais o PMN do presidente da Assembleia, Ricardo Motta, e o PR, do deputado federal João Maia, que formam o conselho político, lutam para ocupar parte desses espaços.

 

O governo Rosalba já aceitou ceder Agricultura e Recursos Hídricos, e a indicação para a pasta da Saúde. Contudo, alegando que os cargos mais cobiçados estão concentrados nas mãos do grupo da governadora, os aliados dela estariam pleiteando a EMATER, responsável pelo Programa do Leite, a CAERN, responsável pelo programa de saneamento, e o DETRAN.

No caso da Agricultura, já está certa a indicação do atual presidente da Associação Norte-Rio-Grandense de Criadores (Anorc), Júnior Teixeira, ex-prefeito peemedebista do município de Serrinha. Para os Recursos Hídricos ainda não há um nome confirmado. Quanto à Saúde, nesta quarta-feira, o deputado estadual Kelps Lima foi posto como um nome de consenso para ocupar o cargo de secretário estadual de saúde, mas terminou o dia sem definição.

No caso de Kelps, seu nome agradou a gregos e troianos. Contudo, por orientação do deputado Ricardo Motta, ele só assume se for Recursos Hídricos, pasta muito menos problemática que a Saúde. O PMDB apoiou sua indicação para a Saúde, mas não para a SEMARH. Caso Kelps assuma alguma secretaria, em seu lugar assumiria na Assembleia o ex-prefeito de Parelhas, Antonio Petronilo, do PMDB. Procurado, Kelps não foi localizado pela reportagem para comentar as informações.

Ao mesmo tempo, este clima vem pressionando Carlos Augusto a não ceder os espaços que o PMDB pleiteia na administração. Isso porque, além da desconfiança, Carlos Augusto manifesta a convicção de que o PMDB está fazendo exigências demais de espaços. E o que é pior: o guru político do governo não vê qualquer perspectiva de que o PMDB esteja no palanque de Rosalba em 2014, mas sabe da necessidade de contar com os peemedebistas agora em 2013, para dar sobrevida à administração.

Fonte: Jornal de Hoje