Muita pressão tem sido feita pela saída do deputado federal e pastor Marco Feliciano (PSC) da presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara. Além dos movimentos sociais e milhares de manifestações na internet, os próprios parlamentares estão pedindo a renúncia de Feliciano à presidência da Comissão.

Na manhã desta quarta-feira (20), com auditório lotado, foi criada a Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos Humanos, grupo que une dezenas de parlamentares contra a eleição de Marco Feliciano para a presidência da comissão.

A pressão, cada dia mais forte, com prováveis consequências negativas para a imagem do partido – que escolhei Feliciano par ao cargo – levou o Partido Social Cristão a repensar a indicação do parlamentar. Até que na tarde desta quarta, surgiram boatos na internet de que o deputado do PSC teria entregue uma carta de renúncia do cargo.

Mas, via twitter, parlamentares negaram a veracidade da informação. Por enquanto Feliciano segue, ainda que insustentável, a frente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara Federal.

Informações dão conta, no entanto, que o presidente da Câmara, Henrique Alves (PMDB) – o mesmo que impediu a entrada de movimentos sociais na sessão que elegeu Marco Feliciano para o cargo – teria procurado o líder do PSC, André Moura, para pedir a retirada de Feliciano do posto.

HISTÓRICO – O deputado federal e pastor Marco Feliciano (PSC), eleito pelo estado de São Paulo, usou seu perfil do twitter, em 2011, para afirmar que “africanos descendem de ancestral amaldiçoado por Noé”, numa justificativa às mazelas que o continente enfrenta – que, sabemos, tem motivações históricas, não bíblicas. Ele também é réu no Supremo Tribunal Federal por estelionato.

Quando indicado para a presidência da Comissão, Feliciano afirmou que iria “quebrar a hegemonia LGBT” e “defender a família” a frente da Comissão. A reação popular veio e o revide, em vídeos no Youtube, tem sido de cunho violentamente preconceituoso, referindo-se às manifestações de cultura afrodescendente como “rituais obscuros” e colocando o homossexualismo como propulsor de violência entre os casais homoafetivos.