O governador Eduardo Campos e o ex-governador José Serra tiveram um encontro secreto em São Paulo. Quem informa é a colunista Eliane Cantanhêde, hoje, na Folha de S. Paulo. ”E não foi para falar de flores. Já tem gente até sonhando com uma chapa geográfica e sinuosa: Campos e Serra. Em política, nada é impossível”, lembra Eliane. A colunista fala na posição sólida que a presidente Dilma Rousseff vem mantendo nas pesquisas.

”Enquanto Campos tenta se viabilizar e Aécio debate tecnicamente o esfarelamento da Petrobras, a agenda de Dilma é concreta e simbólica, ao mesmo tempo: foto e sorrisos com Francisco, o papa ‘dos pobres’; redução na conta de luz e no preço do prato que vai à mesa dos brasileiros todo santo dia; pesquisas que demonstram força e sossegam aliados afoitos; ministérios para os partidos; muitas viagens ao Nordeste.”

Mas a jornalista acena com o que se pode qualificar de uma possível pedra no caminho da favorita:

”Essa estratégia, aliada à imagem de mulher firme, mantém a presidente como favorita. Não evita, porém, a ameaça do segundo turno, que é sempre uma pedreira – e custa caro. A ameaça é bastante real, com Aécio prometendo grande votação em Minas, Campos abrindo uma cunha no Nordeste, Marina acolhendo os ‘sonháticos’ e Gabeira embalando o voto ‘cult’, sem falar que Chico Alencar (PSOL) pode criar uma opção para o que resta da esquerda pura.”

E é aí, dizemos nós, que entra a arrumação que Eduardo tenta fazer noite e dia, articulando, negociando com um e com outro, de norte a sul, justamente com aquele objetivo, levar tudo para o segundo turno. Ele como um dos protagonistas, tentando limitar Dilma a apenas um mandato, defenestrando a presidente do lugar no qual está sentada, e do qual não lhe passa pela cabeça sair antes de 2018.