Acreditem, a Arena quer voltar à política, contra ‘o socialismo atual’

A Aliança Renovadora Nacional (Arena) quer voltar às atividades políticas e eleitorais 33 anos após ter sido extinta com a sanção da Lei Orgânica dos Partidos Políticos, de 1979. As direções estadual e nacional da legenda embrionária se reuniram ontem, na Câmara Municipal de Contagem, próximo a Belo Horizonte, em uma conferência partidária com o objetivo de discutir os rumos da sigla e colher assinaturas de simpatizantes.

A presidente nacional é Cibele Baginski e o partido, suporte do regime militar entre os anos de 1965 e 1979, pode ser “ressuscitado” por um grupo de jovens. Eles se dizem partidários dos ideais do nacionalismo, do conservadorismo e do tecnoprogressismo e criticam o governo atual, que classificam como “socialista”.

Até o momento o partido tem, no Estado, cerca de 3 mil assinaturas no pedido para a criação da legenda. São cerca de 50 mil em todo o país. O necessário para que o partido seja oficializado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) é de cerca de 490 mil adesões.

Segundo o presidente do diretório mineiro da Arena, Frederiki Dias Silva, a estratégia atual utilizada é conseguir assinaturas por meio de indicações de amigos e conhecidos, bem como em escolas e faculdades.

 DE DIREITA

“Dos partidos existentes hoje, ninguém assume essa postura. Os que se dizem de oposição acabam negociando com quem está no poder. Nós não negociamos com ninguém”, afirmou Frederiki, para quem o principal trunfo para angariar as assinaturas necessárias à criação do partido é se assumir como “de direita e conservador”.

Para um partido ser oficialmente registrado pelo TSE, é necessário que seus fundadores percorram uma verdadeira via-crúcis. Primeiramente, é necessário reunir 101 eleitores que tenham domicílio eleitoral em, pelo menos, um terço dos Estados, além de elaborar a ata de fundação do partido.O programa e o estatuto da legenda também precisam ser aprovados por essas pessoas – os dirigentes nacionais.

A Lei 9.096, de 1995, estabelece um “apoiamento mínimo” necessário para a criação do partido. O número de assinaturas coletadas deve ser igual ou maior que “meio por cento dos votos dados na última eleição geral para a Câmara dos Deputados”. A partir dos dados da disputa de 2010, o valor corresponde a exatas 491.950 assinaturas.

Além disso, o apoio à nova entidade deve estar disperso em, no mínimo, nove Estados, e, em nenhum deles, o eleitorado deve ser menor do que 0,1%.