Pressionado pelo decepcionante PIB (Produto Interno Bruto) do primeiro trimestre, o governo Dilma deixou de lado a estratégia de crescer pelo consumo, uma estratégia que se esgotou, e luta agora para devolver a tarefa aos investimentos.

Com isso, a ordem é não mais admitir atrasos no programa de concessões, que deveria ter começado em dezembro e, numa estimativa otimista, terá início em setembro.

Responsáveis pelos principais planos de investimento do governo, o presidente da EPL (Empresa de Planejamento e Logística), Bernardo Figueiredo, e a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, vão enfrentar pressão adicional por resultados.Nas palavras de um auxiliar da presidente Dilma Rousseff, os dois serão “chicoteados” para acelerar a execução dos programas. As concessões já anunciadas mobilizarão investimentos de R$ 489 bilhões.

 

O Palácio do Planalto avalia que o sucesso da campanha pela reeleição de Dilma, em 2014, depende agora da economia. Tudo será feito para que o “pibinho” seja vitaminado e impulsione o crescimento.Além disso, o Planalto busca uma tática para evitar que o problema da inflação contamine as expectativas dos eleitores.

Pesquisas em poder do governo e do PT indicam que a alta do custo de vida está na memória da população e pode influenciar o voto. Não sem motivo o senador Aécio Neves (MG), possível candidato do PSDB à Presidência, adotou o combate à inflação como mote de sua campanha. “País rico é país sem inflação”, diz o slogan da propaganda tucana, ironizando o “País rico é país sem pobreza”, marca do governo Dilma.

Quando soube que o PIB do primeiro trimestre atingira apenas 0,6%, Dilma ficou furiosa. Apesar de saber que a recuperação seria lenta, ela se surpreendeu com o pífio desempenho da economia e engrossou as cobranças ao ministro da Fazenda, Guido Mantega.

Fonte: Estadão