Comissão da Memória e da Verdade ouve novos relatos sobre a ditadura militar e empossa novos membros

 

A Comissão da Memória e da Verdade Anatália Alves de Melo – instituída pela presidência da Ordem dos Advogados do Brasil – Subseção de Mossoró-RN, empossou 10 novos membros durante Sessão Ordinária de seus Trabalhos, realizada na tarde de ontem (14) no auditório da OAB/Mossoró. A comissão também ouviu o relato do escritor, pesquisador e imortal da AMLERN e AMOL, Geraldo Maia do Nascimento, sobre o Sindicato do Garrancho. A sessão foi presidida pelo advogado Wellington Barreto, presidente da Comissão.

Geraldo Maia fez uma explanação sobre o trabalho nas salinas do Oeste Potiguar no início do século XX, sobre as revoltas provocadas pelas péssimas condições de trabalho, o surgimento das primeiras movimentações sindicais em defesa da classe trabalhadora, as perseguições sofridas pelos sindicalistas, e por fim, a constituição do Sindicato do Garrancho, que recebeu esse nome devido às reuniões que aconteciam no meio da mata, estratégia utilizada para poder se esconder da repressão das autoridades da época. O pesquisador concluiu dizendo que este assunto merece ser analisado, pois o tema ainda é pouco abordado.

Dando sequência às atividades, a comissão deu posse a seis membros consultores/colaboradores: Antonio Tomaz Neto, Geraldo Maia do Nascimento, José Maria do Vale Fernandes, Judas Tadeu de Azevedo, Luiz Carlos De Mendonça Martins e Marquessoel de Castro Freitas; e quatro novos membros: Catarina Cordeiro Lima Vitorino, Edgar Pereira da Rocha, Ireno José Santos de Lima e Herbet Oliveira Mota. Após a posse, alguns membros fizeram uso da palavra para também relembrar histórias e situações da época da ditadura.

Na ocasião, o advogado e membro da comissão, João Paulo do Vale de Medeiros comunicou que a comissão está trabalhando para viabilizar a remoção, análise e perícia dos restos mortais de Anatália Alves de Melo, que se encontram no cemitério São Sebastião, em Mossoró. O advogado informou também que já foi feito um contato com a Comissão Especial Sobre Mortos e Desaparecidos (CEMDP) vinculada à Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR) para que se possa agilizar o processo. O presidente da OAB/Mossoró, Aldo Fernandes, parabenizou o trabalho da comissão, e assegurou todo o apoio da Ordem, colocando-se a disposição para o que for necessário para este caso.

O anúncio de que os restos mortais de Anatália estariam em Mossoró foi feito por seu ex-companheiro, Luiz Alves, no dia em que foi ouvido pela comissão. Luiz Alves solicitou ajuda para poder comprovar se os restos mortais que se encontram no cemitério da cidade são mesmo de sua ex-esposa, que morreu vítima de torturas durante o regime militar.

Fonte: Assessoria