A ex-senadora Marina Silva, recém filiada ao PSB, disse hoje, em coletiva no Recife, que a única marca deixada pela presidenta Dilma Rousseff (PT) foi a de mostrar que o modelo de governabilidade está esgotado. Para Marina, a presidente está refém do fisiologismo a cada dia e não conseguiu mudar.

“Essa é a denúncia mais contundente de que isso não pode continuar. Nós já chegamos a 40 ministérios e para manter a base outros vão ser criados. Isso é insustentável. Já existe um grupo de pessoas fazendo chantagem com a presidente, dizendo que ou vai ter afagos com esses insaciáveis ou eles correm o risco de sair da base política. Isso é insuportável. Eu acho que ela cumpriu esse papel: de dizer que esse modelo se esgotou não tem mais para onde ir”, declarou.

 

Marina concedeu uma entrevista coletiva de 1 hora e 14 minutos no Mar Hotel, na Zona Sul do Recife. Na agenda, ela veio à capital para participar de uma palestra na Universidade de Pernambuco sobre sustentabilidade e, em seguida, jantar com o governador Eduardo Campos (PSB).

Segundo a ex-senadora, o que motiva a aliança com Eduardo não é mágoa de Dilma ou do PT. “Há uma lógica no país de que quando você pensa diferente, isso não é porque você tem uma outra ideia, é porque tem mágoa. Mas a gente vê nos outros aquilo que a gente tem dentro da gente. Imagine, eu criei o PT no Acre e dos 17 aos 27 anos, vi ser assassinado pessoas como o João Eduardo, o Calado, o Chico Mendes… Entrar com uma camiseta do PT, andar numa estrada tendo medo de jagunço, no Acre, dava muito trabalho. E a gente fazia porque sonhava, porque acreditava que o Brasil podia ser melhor. E eu continuo assim até hoje. Eu não sei porque o sonho que eu sempre tive hoje as pessoas me perguntam se é mágoa. Não é mágoa, é só a continuação da esperança”. (Diario de Pernambuco | Foto: Bernardo Dantas/D.A Press)