PT QUER MENSALÃO EM SEGUNDO PLANO DURANTE CONGRESSO

Nem mesmo o ato de desagravo previsto para  esta 5ª feira (12) pela cúpula do PT serviu para aplacar a revolta dos petistas presos e de seus amigos, que esperavam um gesto mais enfático de solidariedade por parte do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da presidente Dilma Rousseff.

Tudo foi planejado para não constranger Dilma, descolando a manifestação de desagravo da abertura do encontro. A presidente quer manter o governo longe do escândalo, para não contaminar a campanha à reeleição, e proibiu ministros de fazerem a defesa pública dos réus do mensalão. Na semana passada, ela ficou irritada ao saber que pelo menos dois ministros visitaram o ex-chefe da Casa Civil José Dirceu, o ex-presidente do PT José Genoino e o ex-tesoureiro Delúbio Soares.

Dilma e Lula participarão do primeiro dia do Congresso, na noite de hoje, mas não do ato em solidariedade aos “injustiçados” pelo Supremo – termo usado na programação do evento.

O desagravo foi marcado para amanhã cedo justamente para que ninguém do governo possa ir, já que se trata de horário de expediente. A defesa pública dos petistas presos será feita por seus parentes.

Genoino disse a amigos que não precisa de um “ato envergonhado” do partido. “Não aguento mais esse sofrimento”, afirmou ele, na semana passada, antes de renunciar ao mandato de deputado para fugir da cassação no plenário da Câmara. Condenado a regime semiaberto, Genoino foi transferido temporariamente do Complexo da Papuda para prisão domiciliar, por causa de problemas cardíacos. O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, foi um dos amigos que o visitaram.