Por Chico Maia

Sou totalmente a favor dos protestos contra a corrupção e abusos que envolvem a organização da Copa no Brasil. Só assim os políticos que comandam o país, e os que querem chegar lá, serão pressionados a mudar a forma de conduzir os negócios dos estados e do país. Mas considero esse movimento “não vai ter Copa” um exagero, pois não tem nada a ver, nada racional.

A Copa está aí, é uma realidade e será realizada. O momento de evitá-la foi nove anos atrás, quando o governo brasileiro e a CBF correram atrás da Fifa, moveram mundos e fundos para convencê-la de que o Mundial deveria ser aqui. Dois anos depois, ela bateu o martelo e disse “sim”, porque a melhor oferta era a do Brasil, que, além do mais, estava disposto a aceitar todas as imposições dela. E assim foi feito. Agora, é “chorar na cama que é lugar quente”.

Vandalismo é outra coisa, que brota em função da impunidade. Porém, impunidade de todos, inclusive dos graúdos, que mandam no país; não só dos marginais pés de chinelo.

Quando nem decisões judiciais são respeitadas, abre-se o caminho para a anarquia. E tivemos um péssimo exemplo do sindicato das empresas de ônibus que operam em Belo Horizonte. Como o futebol toma conta da mídia e das mentes da maioria das pessoas nos fins de semana, muita gente não tomou conhecimento da notícia de que as empresas de ônibus fingiram que não sabiam e ignoraram a decisão judicial de não aumentar o preço da passagem. Felizmente, com um Atlético e Cruzeiro na cabeça, foram poucas as manifestações com violência.(transcrito de O Tempo)