A partir de 1º de janeiro de 2015, o preço da energia pode variar mês a mês, porque passará a ser adotado um sistema de bandeira tarifária, que tem a finalidade de repassar imediatamente ao consumidor a alta do preço da energia praticada no mercado. Por exemplo, quando os reservatórios das hidrelétricas estiverem com pouca água e as térmicas produzindo uma energia mais cara, como está ocorrendo agora, esse adicional passará a ser cobrado na conta do cliente no mês seguinte.

As bandeiras serão verde, amarela ou vermelha. A aplicação delas será definida pelos representantes da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e do Operador Nacional do Sistema (ONS) e vale sempre para o próximo mês. “Na bandeira vermelha, serão adicionados R$ 3,00 para cada 100 quilowatt-hora (kWh); na amarela deve ocorrer um acréscimo de R$ 1,50 para cada 100 kWh e na verde não terá acréscimo.

Atualmente, as distribuidoras de energia têm um reajuste anual no qual entram todas as despesas que as distribuidoras tiveram a mais para entregar energia na casa do consumidor. Por exemplo, este ano a energia ficou mais cara por causa da produção das térmicas. Com as bandeiras, as despesas extras das distribuidoras entrarão na conta do cliente no mês seguinte.

Um dos objetivos do governo federal ter adotado esse sistema é o fato de que o impacto da energia alta deste ano acabou fazendo com que as distribuidoras recorressem a empréstimos para pagar a alta do preço da energia. Elas pediram emprestado mais de R$ 10 bilhões e já há consultoria alegando que esses financiamentos vão resultar num reajuste de mais de 7% na conta de energia, quando for calculado o percentual do próximo ano. Há especialistas que acreditam que esse impacto será maior, porque o consumidor não vai pagar só o empréstimo, mas também os juros dos financiamentos.