Via blog do Camarotti

 

Depois de tentar desde segunda-feira concluir a reforma ministerial, a presidente Dilma Rousseff foi obrigada a adiar para a próxima semana o anúncio da nova composição da Esplanada dos Ministérios por causa da divisão interna do PMDB.A bancada do PMDB na Câmara ameaçou rebelião com a sinalização do Palácio do Planalto de que Dilma poderia recuar no acordo de entregar dois ministérios aos deputados peemedebistas: Saúde e Infraestrutura, que englobaria Aviação Civil e Portos

Diante do impasse, Dilma escalou o ministro Ricardo Berzoini (Comunicações) para tranquilizar o líder do partido, deputado Leonardo Picciani (PMDB-RJ), assegurando que o acordo estava mantido. A bancada, porém, já foi avisada de que não deve haver mais a fusão entre as duas pastas.

“Recebi garantia da presidente Dilma de que ela vai honrar o compromisso de manter dois ministérios com a bancada. Avisei que se este acordo tivesse sido quebrado, voltaria tudo à estaca zero e eu teria de consultar novamente a bancada”, disse Picciani .Com a rebelião na bancada, Dilma telefonou para o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão e para o prefeito Eduardo Paes para pacificar os deputados. Ela também conversou, pela manhã, com o vice-presidente Michel Temer no Palácio da Alvorada.

Neste encontro, Dilma reafirmou o compromisso de manter o ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha. A sinalização foi dada depois que Padilha e os ministros Helder Barbalho (Pesca) e Henrique Eduardo Alves (Turismo) fecharam entendimento de que, se um saísse, os três sairiam.

Isso deixou a situação de Dilma ainda mais complicada porque diminuiu a margem de manobra da presidente para acomodar todas as alas do PMDB. A presidente decidiu seguir a orientação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de não deixar de atender nenhum setor do PMDB.

“Não é o momento de arriscar a governabilidade. É preciso incluir todo o PMDB”, disse  um ministro petista, explicando a razão do adiamento do anúncio da reforma ministerial para a próxima semana