Gestantes precisam redobrar prevenção e combate ao Aedes aegypti.

O aumento dos casos suspeitos de microcefalia em Mossoró colocou o Município em situação de alerta contra o Aedes aegypti. O mosquito transmissor da dengue é também responsável pela febre chikungunya e o zika vírus, que causa má formação cerebral em bebês. Esse ano, cinco casos de microcefalia foram confirmados na cidade e outros nove estão sob investigação, além de um óbito. A situação preocupa e merece atenção especial das gestantes. Para os especialistas, as grávidas precisam redobrar os cuidados de combate ao mosquito, pois a prevenção ainda é o único mecanismo para evitar a infecção.

“A única forma de se proteger é mesmo através da prevenção. Além de eliminar criadouros, as gestantes precisam de cuidados extras como o uso de repelentes, roupas longas e priorizar lugares refrigerados com ar-condicionado ou ventilador, pois o frio dificulta o ataque do mosquito”, falou o infectologista Alfredo Passalaqua.

Com relação ao uso de repelente, o médico orienta o uso moderado, porém adequado do produto. “Grávidas não devem usar repelente mais que três vezes ao dia, pois o produto é rapidamente absorvido pela pele. No entanto, elas devem priorizar a aplicação no início da manhã (7h), a tarde (15h) e início da noite (17h-18h), pois são os horários em que o mosquito está em plena ação”, destacou Passalacqua acrescentando que as mulheres devem ainda optar por produtos indicados para gestantes e podem ainda passar o produto sob a roupa, pois o cheiro afasta o mosquito. Já em crianças e adultos, o uso do repelente pode ser em maior escala. “Adultos e crianças podem usar até cinco vezes ao dia tanto nas áreas expostas, quanto sob a roupa também”, reforçou. Além do repelente, especialistas recomendam o uso de mangas longas, calças compridas e mosquiteiros. A família e moradores da casa também devem se prevenir, pois o mosquito ao picar uma pessoa infectada se torna transmissor.

“Não há necessidade para medidas drásticas como isolamento, mas é recomendável a grávida ficar em alerta e evitar sair de casa em horário de maior circulação do mosquito”, falou o médico explicando que a infecção no feto é causada quando o vírus chega à placenta através da corrente sanguínea, e se utiliza das células, danificando-as, para sua disseminação, e assim impedindo a formação normal do cérebro.A picada do Aedes aegypti não deixa lesões distintas na pele. Se o mosquito transmitiu zika, chikungunya ou dengue, apenas um exame pode comprovar.

“Em alguns casos, as infecções não apresentam sintomas, mas quem tiver febre, manchas avermelhadas pelo corpo, dores nas juntas e fraqueza deve procurar atendimento médico nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) ou Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs)”, orientou a técnica da vigilância epidemiológica Kalidyjamayra Oliveira.

 

NÚMEROS

Microcefalia- 14 casos notificados (05 confirmados) e 01 óbito

Zika vírus- 950 casos notificados

Dengue- 1.999 casos notificados (1.222 confirmados)

Chikungunya- 273 casos notificados

(Fonte: DataSus e Sinan)