Os jovens, historicamente, sempre imprimiram sua marca na política brasileira. Quem é que não se lembra dos “cara-pintadas”, no final dos anos 90, e, mais recentemente, das manifestações “vem pra rua”, que mobilizaram pessoas de todas as idades, muito especialmente, a juventude, nos quatro cantos do Brasil, em 2013?

De fatia importante do eleitorado a protagonistas de cargos eletivos, a juventude brasileira vem batalhando por seu espaço no contexto político. Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), dados de 2014, 16,1% dos 142,8 milhões de eleitores têm entre 16 e 24 anos de idade. E não é difícil identificar que os políticos novos estão ganhando espaço entre nomes tradicionais. Uma oxigenação necessária à democracia. Todos ganham com a alternância de poder.

Fácil identificar também que as redes sociais tornaram-se ambiente de discussão política. Os jovens estão cada vez mais conectados. De acordo com uma pesquisa do Centro de Estudos sobre as Tecnologias de Informação e Comunicação (Cetic.br), divulgada no site BBC.com, 75% dos jovens entre 16 e 24 anos entram na rede diariamente. Em opiniões e questionamentos aos governos ou oposições, em sites que avaliam o desempenho dos governantes, elencando-os em rankings, ou em abaixo-assinados virtuais, a participação on line na vida política do país já é uma realidade. A mesma reportagem da BBC mostra que, segundo um levantamento Datafolha, divulgada no final de agosto do ano passado, 76% dos eleitores entre 16 e 24 anos disseram ter algum interesse pelas eleições, sendo que 30% afirmaram que têm um “grande” interesse. O que significa que há um movimento real e não apenas virtual impulsionando a juventude a exercer sua cidadania, seja votando ou sendo votado.

Basta uma conversa sem compromisso em qualquer contexto social para identificar a insatisfação do brasileiro pelo “mais do mesmo” e o desejo de novas lideranças e, consequentemente, de novas ideias e renovadas soluções para velhos problemas.

Como jovem que ingressou na política recentemente, sinto o quanto a população deposita suas expectativas na carreira de novatos. Por duas vezes, como vereador de Parnamirim-RN e agora como deputado estadual, acabei personificando este anseio popular de interromper um ciclo desgastado, de romper com nomes que se arrastam há anos no poder. As pessoas estão cansadas dos velhos modelos políticos e estão bem mais esclarecidas. Mais oxigênio, portanto. O Brasil precisa respirar.