O Globo – Aline Macedo

Pouco mais de uma semana depois de Michel Temer ser empossado como presidente, seu governo já enfrenta a primeira crise e pode perder aliados que ajudaram a desgastar sua antecessora, Dilma Rousseff. Movimentos que foram às ruas pedir o impeachment da ex-presidente voltaram a atuar em conjunto, mas desta vez os alvos são Temer e o Ministro-Chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha. Eles criticam a articulação de Padilha para exonerar o advogado-geral da União, Fábio Medina Osório.

Um grupo denominado “Convergências”, que reúne 50 entidades e movimentos de mobilização, como NasRuas, Vem Pra Rua e Movimento Brasil Livre (MBL), programou para a tarde desta sexta-feira ações como um “tuitaço” com a hashtag #FicaMedina. A articulação do Convergências começou a ser feita na madrugada de quinta-feira e, quando as ações começaram a ser realizadas, nem todos os integrantes haviam concordado com a iniciativa. O Vem Pra Rua, por exemplo, informou através de sua assessoria de imprensa que não apoiou o tuitaço porque ainda não tem posição definida a respeito da destituição de Osório.

O Convergências também elaborou uma carta, que será protocolada junto à Presidência da República, criticando a demissão do AGU:

“Repudiamos ainda, a medida autoritária e ilegal do Ministro Chefe da Casa Civil Sr. Eliseu Padilha, não apenas por buscar, segundo farto noticiário da imprensa especializada, obstruir o trabalho do Dr. Medina, mas também por tê-lo demitido. O ato praticado pelo Ministro é ilegal, pois cabe exclusivamente ao Presidente da República sua nomeação e, consequentemente, sua demissão”, diz um trecho do documento, que já começou a ser divulgado por meio de redes sociais.