A Operação Lava Jato voltou a rondar a porta do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A prisão do ex-ministro Antonio Palocci (PT), durante a 35ª fase da Lava Jato, deflagrada ontem (26) pela Polícia Federal (PF), pressiona o ex-presidente. Procuradores da força-tarefa da operação, em Curitiba, destacam que vários ministros de Lula já foram para a cadeia: José Dirceu, Guido Mantega e Paulo Bernardo. Preocupado, o PT acredita que nova ação poderá levar o chefe máximo do partido para a prisão.

A Polícia Federal acreditava que uma operação contra o ex-presidente só seria deflagrada no primeiro semestre do próximo ano. Com a prisão de Palocci, diz-se, nos bastidores da organização, que Lula deve ser preso ainda em 2016. Por ora, um instante de calmaria. O alívio decorre do Código Eleitoral: a lei prevê uma “pausa” em prisões, que só podem ser efetuadas até cinco dias antes da eleição e somente 48 horas após o fim do pleito. Mas petistas estrelados estão receosos com o destino de Lula.

Por outro lado, o PT reclama da demora da operação em atingir graduados peemedebistas. A delação premiada do ex-presidente da Transpetro Sergio Machado, indicado pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), não levou um único integrante do partido para o centro do furacão. No Congresso, os petistas acusam a Lava Jato de ser seletiva, perseguindo membros do partido.

Todos os ministros presos tiveram importante participação no governo Lula, o que o coloca em situação delicada. A verdade é incontestável: a Lava Jato chega cada vez mais à porta do duplex no Guarujá, aquele reformado por empreiteira enrolada justamente no esquema de corrupção que roubou a Petrobras.

Por Gabriel Garcia