Por Roberto Nascimento

Os governos de FHC, de Lula, de Dilma e agora de Temer, todos enfim, quase iguais na forma e no conteúdo, entabularam reformas na Previdência a pretexto de reduzir o déficit previdenciário. Em nenhum momento tentou-se o combate à sonegação, em nenhum momento tentou-se cobrar a dívida monstruosa dos empresários, grandes bancos e até empreiteiras, que não pagam seus compromissos previdenciários e até retêm (apropriação indébita) o desconto de 11% dos trabalhadores, deixando de repassá-los ao Tesouro. Ainda há as desonerações da folha de pagamento de grandes empresas campeãs nacionais, é claro, sob a tênue esperança, de que os empresários agraciados, tão bonzinhos, pudessem produzir mais empregos e até não demitir os empregados existentes. Ledo engano, ocorreu tudo ao contrário.

DISTORÇÕES – E ainda tenho que aturar a terceirização ser exibida como panaceia destinada a resolver todos os problemas, além de ver a culpa do fracasso da burguesia brasileira ser colocada na conta dos servidores públicos e funcionários das estatais que ainda restam. O Brasil está decaindo muito, apesar da Lava Jato, que está expondo a corrupção dos empresários e dos membros dos governos e do Legislativo. Olhem bem, não são os servidores públicos os principais envolvidos na corrupção deslavada que assola o país, salvo um ou outro. A lista do Janot está permeada de membros dos poderes, principalmente do Legislativo, que têm mandato popular, logo, não são servidores públicos “stricto sensu”.

 PERDA DE DIREITOS – É preciso entender o momento e as instituições, para não comentar injustamente contra àqueles que não são perfeitos e ninguém o é, mas mirar os verdadeiros culpados pela crise avassaladora, que atinge duramente, em última instância, aos mais pobres, sempre eles, que para salvar o Brasil da desintegração terão que se submeter a trabalhar como terceirizados, sem planos de saúde, sem quase nenhum direito a uma vida digna. Logo vocês perceberão, o que vem por aí de perda de direitos, quando a Reforma Trabalhista começar a pipocar nas discussões da Câmara e do Senado. O mar não está para peixe, na verdade está revolto e sujeito a maremotos e tsunamis.