Sou eclético até demais. Primeiro é preciso destinguir. Chamou-se erroneamente o forró verdadeiro de pé-de-serra, e se convencionou que o forró pé-de-serra é composto de triângulo, zabumba e sanfona. Nisto aí até concordo, mas não se pode chamar todo forró autêntico de pé-de-serra, ele é forró e pronto! Só forró! E aí com suas variantes rítmicas como o xote, baião, xaxado, arrasta-pé, etc. E o forró verdadeiro pode colocar quantos instrumentos quiser que não vai perder sua autenticidade, o próprio Luiz Gonzaga começa “O fole roncou” com um contrabaixo irado!

Portanto, pé-de-serra é o forró com os três instrumentos, o forró que segue a linha melódica do Rei do Baião é forró simples e puro. E o forró das bandas estilizadas, distancia-se pela proposta musical, outra coisa totalmente diferente, onde as dançarinas são mais importantes que a sanfona. A linha melódica é de laboratório e as letras não têm poesia, beirando a pornografia e o incentivo ao consumo de álcool para impactar os jovens que vivem nas festas. A beleza é exaltada e a sensualidade se torna mais importante que a própria música.

As letras das bandas de forró são de consumo fácil e duram somente uma temporada. Mas não se pode negar que hoje é um forró de multidão, que achou seu espaço, e os governos gastam milhões de reais com elas. Existem bandas com caché superior aos maiores nomes da Música Brasileira, e em suas agendas é difícil encaixar data. Aviões e Garota Safada são dois exemplos entre muitas.

O tradicional e o estilizado são dois públicos diferentes. Na verdade o consumidor da banda de forró até curte mais o forró autêntico, já o que gosta deste, muito mais dificilmente aceita o midiático.

Para atender estes dois públicos, os governos têm feito suas programações juninas atendendo a todos, colocando na mesma noite representantes dos dois estilos. É salutar dizer que o forró de banda é incentivado pela grande mídia, as rádios, televisões, internet, dão destaque maior ao estilizado devido o grande investimento feito, pois se trata de um projeto comercial em todo o Nordeste, investimentos na mídia, coisa que o pé-de-serra não conseguirá nunca. Por isto, para equilibrar a disputa, os governos devem incentivar a música de qualidade, pois o forró de banda tem mercado e comércio o ano todo.

Com os tempos são outros,temos que conviver com o passageiro e com a música de qualidade, democraticamente as pessoas fazem isso sim, o mais importante é a música nordestina e brasileira cada vez mais variada. Isso é Cultura.