Ontem, os comandos do Legislativo e do Judiciário fizeram uma última tentativa de entendimento sobre calendário. E Aécio e seu partido decidiram partir para a trincheira jurídica: ingressaram com duas ações no STF que poderão servir como saída temporária em benefício do tucano.

Aécio quer que os efeitos da decisão da Primeira Turma da Corte sejam suspensos até o STF terminar outro julgamento, marcado para a semana que vem. A solicitação do PSDB é mais simples: pede pura e simplesmente a suspensão da decisão da Primeira Turma. Se a Corte aceitar os novos pedidos, pode não haver necessidade de votar o caso no Senado. A presidente do Supremo, ministra Cármen Lúcia, já deve estar se preparando para definir o futuro de Aécio Neves.

Hoje, quem conhece os corredores da corte aposta que o julgamento do pedido de afastamento e de reclusão noturna do senador terminará 5 a 5. A sessão está marcada para quarta-feira da semana que vem, dia 11.

Ao que tudo indica, se posicionarão contra as medidas cautelares Marco Aurélio Mello, Alexandre de Moraes, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Dias Toffoli. Do outro lado, devem estar Luís Roberto Barroso, Edson Fachin, Rosa Weber, Luiz Fux e, provavelmente, Celso de Mello, considerado o único voto que pode surpreender.

Se assim for, caberá a Cármen o voto de minerva. Caso Celso de Mello acompanhar Marco Aurélio, Gilmar e companhia, a presidente do tribunal se livra da bucha.