Valdo Cruz    / G1 Brasília

A pressão por uma reforma ministerial vai aumentar nessa semana, depois que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso defendeu que o PSDB deixe os quatro ministérios que ocupa em dezembro. Um líder da base aliada, de forma reservada, definiu da seguinte forma o tema ao Blog: “O PSDB tem de sair agora, não pode marcar data para o fim do casamento. Não é ele quem tem de definir isso, é o presidente Michel Temer”.

Segundo esse líder, não faz nenhum sentido um partido que já definiu que deixará a base aliada do governo Temer permanecer ocupando ministérios. O tema entrou  na pauta dessa segunda-feira (6) na reunião do presidente Temer com líderes de partidos governistas na Câmara. O encontro foi chamado para definir a agenda de votações, mas a reforma ministerial não pode deixar de ser discutida.

FALA FHC – No domingo (5), em artigo publicado em jornais, FHC defendeu que o PSDB deixe de ocupar ministérios no governo Temer, mas continue apoiando a votação de projetos da agenda econômica. Entre eles, a reforma da Previdência. Temer prefere não fazer uma reforma ministerial agora, só no ano que vem, mas a defesa do desembarque feita pelo ex-presidente dá munição aos aliados que pressionam por uma reconfiguração da Esplanada dos Ministérios.

PMDB e outros partidos da base aliada, como PP, PR e PSD, estão de olho principalmente no Ministério das Cidades, comandado hoje pelo tucano Bruno Araújo. A pasta é objeto desejo de políticos por destinar verbas para municípios, em projetos como o Minha Casa, Minha Vida, que podem ajudar na reeleição de deputados e senadores no ano que vem. O PSDB comanda ainda a Secretaria de Governo, o Ministério das Relações Exteriores e a Secretaria de Direitos Humanos.