Via Folha de S.Paulo / Marina Dias

“Vai enfrentar o que tem de mais pornográfico na política” durante a campanha do ano que vem.

Após um longo período de discussões e do que costuma chamar de “ciclo de reflexão”, Marina Silva decidiu se lançar pré-candidata à Presidência em 2018. A ex-senadora afirmou que a crise em que o país está mergulhado fez com que ela se dispusesse a concorrer pela terceira vez ao Palácio do Planalto.

“O compromisso e o senso de responsabilidade, sem ser a dona da verdade, me convoca para esse momento”, afirmou Marina neste sábado (2), em Brasília, durante reunião do Elo Nacional da Rede, partido fundado pela ex-senadora em 2015.

Durante a reunião deste sábado, o deputado Miro Teixeira (Rede-RJ) afirmou que estava ali como um “noivo”, esperando somente o “sim” de Marina. Com a concordância da ex-senadora, que assentiu e sorriu para o colega, disse que era necessário estarem preparados, porque ela iria enfrentar “o que tem de mais pornográfico na política” durante a campanha do ano que vem. A ex-senadora repetiu o discurso que defendeu em 2010 e 2014 —quando ficou em terceiro lugar, com cerca de 20 milhões de votos nas duas ocasiões— de que vai “manter as conquistas e fazer o desenvolvimento econômico com sustentabilidade”. A ideia, juntamente com a defesa do meio ambiente, deve ser mais uma vez sua bandeira de campanha. A ex-senadora disse que ouviu amigos e familiares e, mesmo com a opinião contrária do marido, mas favorável dos quatro filhos, decidiu entrar na disputa.

A ex-senadora fez críticas ao modo como os partidos terão acesso ao fundo partidário a partir das próximas eleições. Segundo ela, a Rede contará com 0,05% do montante, enquanto “17% fica com PMDB, PSDB, PT e partidos grandes”. “Eles podem até vir com o melhor alimento, com a maior gordura financeira, vamos beber água boa do compromisso da esperança e transformar nossas dificuldades em fortaleza. Aprendi com minha fé: quando sou fraco, então sou forte”, afirmou.