Por Isadora Peron, Renan Truffi e Anne Warth / Estadão

A situação da deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ) vai ser o principal assunto da reunião da bancada do PTB, nesta terça-feira, dia 6, após a volta do recesso parlamentar. O clima de descontentamento no partido aumentou após o Estado revelar neste sábado, dia 3, que ela é alvo de um inquérito que apura suspeitas de tráfico de drogas e associação para o tráfico durante a campanha eleitoral de 2010.

A investigação foi enviada anteontem à Procuradoria-Geral da República porque a deputada possui foro privilegiado. A tendência é que haja uma pressão para que o partido indique outro nome para o Ministério do Trabalho.  O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, disse que o Planalto “reafirma sua disposição de lutar para que seja reconhecida pela Justiça a prerrogativa constitucional do presidente” de nomear seus ministros”. Apesar de ter sido nomeada por Temer , decisões judiciais barraram a posse de Cristiane no Trabalho.

“PERSEGUIÇÃO” – A deputada é filha do presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, que neste sábado, dia 3, no Twitter, disse que há uma tentativa de “destruir a vida política promissora” de Cristiane. O inquérito também apura suposto envolvimento no caso do deputado estadual Marcus Vinicius (PTB), ex-cunhado da parlamentar, e três assessores dela na época. Eles são suspeitos de dar dinheiro a traficantes de Cavalcanti, bairro da zona norte da cidade e uma das bases eleitorais da deputada federal.

Jefferson questionou o fato de o inquérito não envolver o nome do deputado federal Sérgio Zveiter (PODE-RJ). “Cristiane apoiou em 2010 o deputado estadual Marcus Vinicius, que concorreu em dobradinha com Sérgio Zveiter, que não consta do inquérito. Por que o nome de Zveiter não consta do inquérito? Por que votou contra o presidente Temer na Câmara (ele foi o relator da denúncia) e contra o impeachment de Dilma?”, afirmou Jefferson.