Ministro da Segurança demite diretor-geral da Polícia Federal; Fernando Segovia será substituído pelo delegado Rogério Galloro

Por decisão do ministro extraordinário da Segurança Pública Raul Jungmann, o delegado deixa o comando da Polícia Federal pouco menos de quatro meses no cargo. O delegado da Polícia Federal Fernando Segovia não é mais diretor-geral da corporação. O novo diretor deve ser o delegado Rogério Augusto Viana Galloro, atualmente na Secretaria Nacional de Justiça.

Segovia ficou à frente da PF pouco menos de quatro meses. O delegado tomou posse em 20 de novembro do ano passado. A demissão de Segovia foi decidida pelo ministro Raul Jungmann, que tomou posse nesta terça-feira, 27, no comando do novo Ministério Extraordinário da Segurança Pública, Pasta que incorporou a Polícia Federal, então atrelada à estrutura do Ministério da Justiça.

Durante os quatro meses em que permaneceu no cargo, Fernando Segovia protagonizou episódios polêmicos. No momento de maior crise, Fernando Segovia teve que se explicar ao ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, uma declaração à agência Reuters.

A fala de Segovia sugeria que a tendência da Polícia Federal era recomendar o arquivamento do inquérito contra o presidente Michel Temer, no caso do Decreto dos Portos. O delegado afirmou ainda que poderia abrir investigação interna para apurar a conduta do delegado Cleyber Malta Lopes, responsável pelo inquérito.

O motivo seriam os questionamentos enviados a Temer no caso. Na ocasião, a defesa do presidente disse que as perguntas colocavam em dúvida a “honorabilidade e a dignidade pessoal” do presidente.

Nesta segunda-feira, 26 , a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, ameaçou pedir o afastamento de Fernando Segovia caso o delegado voltasse a se manifestar sobre inquéritos.

Antes de ser demitido,Fernando Segovia recuou e reformulou uma regra interna para solicitação de reforço em grandes operações.  No inicio do mês, o chefe da corporação havia criado uma normativa que previa a obrigatoriedade dos superintendentes regionais em registrar o número do inquérito ao solicitar reforço para deflagração de operações. O caso foi revelado pelo site O Antagonista.

Fonte: Estadão