Via Estadão

O advogado Luis Gustavo Delgado, que defende Walter Delgatti Neto, o ‘Vermelho’, preso na Operação Spoofing, não quis comentar o primeiro depoimento de seu cliente prestado à Polícia Federal. Segundo adiantou o Estadão na edição de quinta-feira, dia 25), ‘Vermelho’ disse ter dado ao jornalista Glenn Greenwald acesso a informações capturadas do aplicativo Telegram.

“Não vou comentar nada agora”, afirmou o advogado, à imprensa, ao chegar na superintendência da PF em Brasília. Em seguida, o defensor foi questionado sobre reportagem do Estado, e mais uma vez repetiu: “Nada a declarar por enquanto”.

‘Vermelho’ foi preso nesta terça-feira, dia 23, junto com outras três pessoas, por suspeita de hackear centenas de autoridades.

THE INTERCEPT – O site que divulgou as conversas hackeadas divulgou comunicado para afirmar que a tentativa de ligar supostos hackers ao The Intercept “é mais uma etapa dos constantes ataques” direcionados ao veículo.

O site afirmou, em nota, que, “assim como a melhor imprensa mundial, não comenta assuntos relacionados à identidade de suas fontes anônimas”.

Preso, o hacker “Vermelho” disse à polícia que deu ao site acesso a conversas do ex-juiz e atual ministro da Justiça, Sérgio Moro. A respeito, o comunicado diz que a “tentativa de ligar supostos hackers ao Intercept Brasil é mais uma etapa dos constantes ataques aos quais nossa redação tem sido submetida” desde o início da publicação da série “As mensagens secretas da Lava Jato”, em 9 de junho. “Trata-se de um claro ataque à liberdade de imprensa”, afirma a nota.

SIGILO DA FONTE – Segundo o site, a Operação Spoonfing, deflagrada pela Polícia Federal, “não muda o fato de que a Constituição Federal garante o direito do Intercept de publicar suas reportagens e manter o sigilo da fonte, mesmo direito garantido para toda a imprensa brasileira”.

“O Intercept Brasil vê com preocupação as conclusões precipitadas do ministro Sérgio Moro sobre uma investigação que sequer teve seu inquérito concluído. Esperamos que a Polícia Federal, comandada por Moro, tenha autonomia para conduzir uma investigação isenta.”

Ao Supremo Tribunal Federal, Moro disse desconhecer “qualquer investigação em andamento a respeito” do jornalista Glenn Greenwald, editor do The Intercept Brasil.