Por Carlos Newton

Pode-se dizer, sem medo de errar, que Bolsonaro tem muito mais defeitos do que qualidades, sua falta de cultura chega a ser patética, comporta-se de maneira adolescente no exercício da Presidência da Republica, no primeiro ano de governo deu 608 declarações falsas ou distorcidas, o que equivale uma média de 1,6 por dia, tudo isso depõe contra ele. Mesmo assim, será um fortíssimo candidato à reeleição.

Sua estratégia de fazer permanente campanha é de fato proveitosa. Ele segue a velha máxima “falem mal, mas falem de mim”. E dá várias declarações por dia, sobre assuntos variados, que lhe garantem um colossal espaço na mídia, 24 horas por dia.

NA PORTARIA – Como se sabe, Bolsonaro começa a dar entrevistas de manhã, ao sair do Palácio Alvorada para se dirigir ao Planalto. Todos os dias, inclusive nos feriados e fins de semana, dezenas de pessoas aguardam o presidente na portaria do Alvorada, para um aperto de mão, um selfie ou somente um aceno.

É uma maneira hábil e inteligente de fidelizar os eleitores, jamais tentada por nenhum outro político, devido à possibilidade de atentados. Bolsonaro é diferente. Quase morreu esfaqueado, mas está pouco ligando.

Assim, enquanto os demais candidatos ainda estão praticamente imobilizados, Bolsonaro vai fazendo uma verdadeira caderneta de poupança de eleitores.

REDES SOCIAIS – Outra grande vantagem é o uso das redes sociais. Bolsonaro e seus herdeiros políticos – Carlos, Eduardo e Flávio – ganharam 3,7 milhões de seguidores no Twitter durante o primeiro ano de mandato do governo – um aumento de quase 70% em relação ao que apresentavam no início de 2019. Sozinho, Bolsonaro dobrou o número de seguidores no período, saltando de 2,8 milhões para 5,6 milhões.

É claro que ainda falta muito tempo para a eleição, mas Bolsonaro vai bem, obrigado. As pesquisas somente colocam à frente dele o ministro Sérgio Moro, da Justiça e Segurança Pública, cuja gestão é considerada como “ótima” ou “boa” por 54% dos entrevistados do DataFolha, enquanto 24% a acham “regular”, com um total de 78%, um verdadeiro fenômeno.

BOLSONARO SE SEGURA – O presidente Bolsonaro, que está se equilibrando em cima do cavalo doido, tem 29% de aprovação como “bom ou ótimo” entre os entrevistados do Datafolha, e 30% classificam seu mandato até aqui como “regular”, o que corresponde a 59% de aprovação (2% não responderam). Nada mal, portanto.

Essas pesquisas, é claro, não são confiáveis e devem ser cruzadas com outros dados, como os índices de Lula. Na verdade, pode-se calcular que o ex-presidente petista ainda tenha cerca de 25% de seguidores fiéis, que jamais votariam em Bolsonaro nem em Moro.

Em tradução simultânea, pode-se afirmar que, mesmo com Moro na disputa, Jair Bolsonaro continuará sendo um candidato fortíssimo à reeleição.