O acadêmico Affonso Arinos de Mello Franco, de 89 anos, sexto ocupante da cadeira 17 da Academia Brasileira de Letras (ABL) morreu, na manhã deste domingo, em casa, no Rio.

Affonso Arinos faleceu, por volta das 10h deste domingo. Segundo a família, o acadêmico foi vítima de problemas respiratórios. Detalhes sobre o sepultamento ainda estão sendo definidos.

“O embaixador Affonso Arinos de Mello Franco foi um memorialista de águas cristalinas. Dotado de profunda intuição, compreendeu, como poucos, o sentimento do tempo: a longa duração diante da impermanência. Foi também um ensaísta primoroso, arguto e sutil. Escreveu sobre dois amigos notáveis: Vinicius de Moraes e Guimarães Rosa. Affonso foi um historiador atento às raízes do Brasil, com larga erudição, além de profundo italianista. Conhecia bem Dante e Varnhagen, Machado e Manzoni. Perco um amigo querido. Um homem probo e severo. Um grande brasileiro”, afirmou o presidente da ABL, acadêmico Marco Lucchesi.

Affonso Arinos fez curso de bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais na Faculdade Nacional de Direito da Universidade do Brasil, em 1949-1953.

Em 1952 iniciou a carreira de Diplomata como cônsul de terceira classe e em 1953 fez estágio na Divisão de Questões Jurídicas do Departamento Jurídico das Nações Unidas, em Nova York. Às suas funções e cargos, no Brasil e no exterior, somam-se atividades jornalísticas e de divulgação cultural, legislativas e docentes.

Entre 1960 e 1962, Affonso Arinos foi deputado à Assembleia Constituinte e Legislativa do Estado da Guanabara. Neste período integrou a Comissão de Constituição e Justiça, em 1961. No ano seguinte presidiu a Comissão de Educação. De 1964 a 1966, foi deputado federal pelo Estado da Guanabara, tendo sido, em 1965-66, membro da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados.

No jornalismo, foi colaborador da revista Manchete nos anos de 1955-1956; correspondente do Jornal do Brasil em Roma, em 1957-58; colaborador da Tribuna da Imprensa, 1960-61; colaborador de Fatos e Fotos / Gente, em 1976; colaborador da TV Educativa, 1976; colaborador da Enciclopédia do Brasil Ilustrada, 1977; comentarista da TV Manchete, 1995-1999.

Eleito em 22 de julho de 1999 em substituição a Antonio Houaiss, Afonso Arinos foi o sexto ocupante da cadeira 17. Em 26 de novembro de 1999, ele foi recebido na ABL pelo acadêmico José Sarney. Entre 2002 e 2003, Affonso Arinos foi colaborador do Jornal do Commercio.

G1