Uma iniciativa que pretende facilitar a incorporação da nanotecnologia no portfólio de produtos já disponíveis na indústria farmacêutica, bem como contribuir para a criação de novas formulações que impactem o setor. Sob esses caminhos, estudos vinculados ao Laboratório de Tecnologia e Biotecnologia Farmacêutica do Departamento de Farmácia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) resultaram na criação da startup ISNANO: Inovação e Soluções em Nanotecnologia, uma das empresas que conseguiu êxito na seleção final do Projeto Centelha no Rio Grande do Norte, iniciativa promovida pelo Sebrae.

“O nosso estado tem um parque industrial reduzido e muito diversificado, o que torna um desafio atuar no setor de insumos para a saúde humana e animal. No entanto, quando olhamos para o setor de Farmácias de manipulação temos uma matriz muito ampla, com centenas de empresa que cobrem quase todo o estado. Além disso, temos empresas pioneiras no setor que foram criadas aqui em nosso estado e já possuem uma rede de franquias em todo o Brasil. Quando olhamos para este segmento, as empresas muitas vezes recorrem às empresas de consultoria de fora do estado para incorporar treinamentos e inovação em sua realidade”, explicou o professor Arnóbio Antônio da Silva Júnior.

Ao lado de Daniele Cavalcante Gomes, Lannya Clara Santos Tavares Pessoa e Ednaldo Gomes do Nascimento, todos com vínculo com a UFRN, seja administrativo ou acadêmico, ele forma o grupo que está envolvido na criação da empresa, que a princípio ficará vinculada à incubadora BioInova, unidade dos centros de Biociências e de Ciências da Saúde.

Embora esta seja a primeira experiência em uma iniciativa similar ao do projeto Centelha, o docente enfatizou que a ideia vem sendo estruturada há mais tempo. “Nos últimos anos, começamos a pensar em uma forma mais interativa e efetiva para transmitir o conhecimento germinado na linha de pesquisa em Nanotecnologia Farmacêutica para o setor produtivo, principalmente devido ao crescente número de depósito de patentes do grupo. Percebemos que éramos quase que diariamente procurados por outros pesquisadores, inclusive de fora do país, para parcerias no desenvolvimento de produtos e protótipos em nanotecnologia, mas não pelo setor produtivo”, colocou Arnóbio.

Foi então que surgiu aquele que o grupo considera o primeiro “potencial” cliente. Foi o momento em que uma farmácia de manipulação procurou a equipe para desenvolver insumos com essa abordagem e que estava disposta a investir para que o projeto tivesse sucesso. Arnóbio Júnior acrescentou, ainda, que procurou na época a Agência de Inovação (AGIR) e o setor de empreendedorismo da Pró-Reitoria de Extensão (PROEX), “para trocar ideias”, e teve a sugestão de incubar um projeto ou empresa. O grande salto acabou acontecendo no início deste ano, quando, em conversa com a equipe da AGIR para saber quais das incubadoras da UFRN poderiam abraçar o projeto, surgiu o Edital do Centelha. O projeto empolgou pois supre uma lacuna na área de serviços.

“Em nossa busca e consulta inicial com parceiros e clientes, verificamos que não existe ainda empresa que ofereça o que pretendemos para este setor de farmácia de manipulação, o qual é tão faminto por inovação. Esperamos consolidar nosso plano de negócios neste primeiro triênio como a empresa de maior impacto neste setor, o qual permitirá abraçar outros setores da indústria”, relatou Daniele Cavalcante Gomes.

Com o caráter de ser uma empresa de Pesquisa & Desenvolvimento em Nanotecnologia, a ISNANO está em fase de incubação, criação e regularização da empresa junto aos órgãos competentes. Após esses tramites, começa a receber  aporte financeiro do programa Centelha. “Esta fase também envolve transformar nossa plataforma de serviços em uma plataforma de negócios e produtos a serem oferecidos para os nossos clientes. Já temos os primeiros clientes e esperamos celebrar os primeiros contratos tão logo estejamos regularizados”, finalizou o professor Arnóbio.

Fonte: Assessoria