Por Pedro do Coutto

Ao participar ontem de seminário promovido pela Folha de São Paulo e Confederação Nacional da Indústria, o deputado Rodrigo Maia afirmou que votará contra o projeto Paulo Guedes de criar uma nova “CPMF” disfarçada na capa de outro nome, mas cujos efeitos seriam um aumento de imposto atingindo a população de modo geral e as atividades da indústria, comércio e dos serviços.

Rodrigo Maia sustenta que o tributo sobre comércio eletrônico é uma forma disfarçada de aumentar a contribuição fiscal, e o nome pode ser uma sigla inglesa, para enrolar a sociedade.

PERGUNTA EM ABERTO – Maia assinalou que o PIB está em torno de 7 trilhões de reais ao ano. Portanto, indagou, para que cobrar de todos mais 600 bilhões de reais, 9% do PIB?

Na Folha de São Paulo a reportagem é de Danielle Brant e Mayara Paixão. Em O Globo a matéria é de Jéssica Moura. Com as afirmações que fez, Rodrigo Maia não antecipou somente o veto do Legislativo ao novo tributo. Antecipou também sua nova ruptura com Paulo Guedes ampliando seu distanciamento do governo Bolsonaro.

Se o projeto do ministro da Economia, depois disso for enviado a Câmara será derrotado. Na verdade a pretendida alíquota de 0,2% acabaria sobre o bolso dos consumidores.

PIB CAI NOS EUA– Reportagem de Henrique Gomes Batista, André Machado e Elisa Martins focaliza o desabamento do Produto Interno Bruto dos EUA, na escala de 33% no segundo trimestre deste ano, e que somente tem comparação com a crise de 1929 a 1932.

De 1929 a 1931 o presidente dos EUA era Herbert Hoover. A economia americana só se reergueu a partir de 1932 com a vitória nas urnas do presidente Franklin Roosevelt. Para se ter uma ideia do que representa o recuo econômico deste ano, acentuo que o PIB americano oscila em torno de 19 trilhões de dólares.

Portanto, arriscando-se um cálculo a divisão por trimestre representa algo em torno de 3,5 trilhões de dólares. Uma avalanche. Além do resultado financeiro temos de considerar também o crescimento da população, para ver a queda da renda per capita.

DIZIA CAMPOS – As reportagens não assinalam os números absolutos da economia. Como dizia Roberto Campos quando se fala em percentagem tem de se falar no que concretamente representa sobre os números absolutos para que se tenha ideia da relatividade.

No semestre deste ano a Petrobrás, matéria de Nicola Pamplona, Folha de São Paulo, está acumulando um prejuízo de 48 bilhões de reais, dos quais 2,7 no segundo trimestre. O impacto é muito grande no que se refere a economia brasileira e a atuação do presidente da Empresa, Roberto Castelo Branco que defende sua privatização.

Por falar em privatização excelente o artigo do professor Joaquim de Carvalho a respeito da privatização da Eletrobrás. Não se pode privatizar, disse ele, os recursos naturais e renováveis do país. Qualquer aumento de tarifas atinge em cheio tanto a indústria, o comércio e o setor de serviços.