O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) anunciou novo corte de 0,25 ponto percentual na taxa básica de juros nesta quarta-feira (5). Assim, em sua nona redução consecutiva, a Selic caiu de 2,25% ao ano para a nova mínima histórica de 2% ao ano.

A decisão do comitê vem em linha com o que era esperado pelo mercado financeiro, dando continuidade ao movimento de redução do juros no Brasil iniciado em julho de 2019, quando a taxa passou de 6,5% para 6%. O Copom aumentou o horizonte previsto para a permanência da taxa básica de juros em patamar mais baixo como o atual, estendendo, em grau menor, até 2022.

“O Comitê entende que essa decisão reflete seu cenário básico e um balanço de riscos de variância maior do que a usual para a inflação prospectiva e é compatível com a convergência da inflação para a meta no horizonte relevante, que inclui o ano-calendário de 2021 e, em grau menor, o de 2022”, disse em comunicado à imprensa.

Ao reduzir os juros básicos da economia, o Copom busca baratear os custos de crédito para os consumidores, bem como incentivar a produção e o consumo no país.

O forte impacto econômico da pandemia da Covid-19, que levará a uma forte queda das economias global e doméstica, intensificou o movimento do comitê de corte dos juros nos últimos meses: nas últimas duas reuniões, o a Selic caiu em 0,75 ponto percentual. Antes disso, o último corte desse patamar havia sido em outubro de 2017.

De acordo com o Boletim Focus do BC, apesar de terem melhorado suas estimativas, os economistas do mercado financeiro ainda esperam uma queda de 5,77% para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2020. A projeção da equipe econômica foi mantida em recuo de 4,7%. Por outro lado, o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI) esperam, respectivamente, contração de 8% e 9,1% na economia brasileira.

A Selic serve como base para o cálculo dos juros das diferentes modalidades de crédito oferecidas pelos bancos e demais instituições financeiras do país. A cada 45 dias o Copom se reúne para definir pela manutenção, redução ou alta da taxa, sempre em direção do cumprimento da meta de inflação, que é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

CNN Brasil