O TRE-RJ (Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro) decidiu, por unanimidade, condenar o prefeito do Rio, Marcelo Crivella (Republicanos), por abuso de poder político e conduta vedada. Como punição, Crivella – que é pré-candidato à reeleição – foi considerado inelegível até 2026.

Ele foi condenado por usar veículos e funcionários da Comlurb, companhia de coleta de lixo do Rio, para promover um evento de campanha de seu filho Marcelo Hodge Crivella, que tentava se eleger deputado federal, e Alessandro Costa, que concorreu a deputado estadual, em julho de 2018. Crivella pode recorrer da condenação do TRE-RJ.

O último dos sete votos foi dado hoje pelo jurista Vitor Marcelo Rodrigues, que decidiu acompanhar integralmente o relator do processo. Ele havia feito um pedido de vista, impedindo que o julgamento de Crivella fosse concluído na última segunda-feira (21). Na ocasião, o TRE-RJ já havia formado maioria para condenar Crivella —seis dos sete julgadores já haviam votado pela condenação do prefeito.

Rodrigues alegou precisar de mais tempo para analisar o processo por conta do volume de documentos contidos na ação. Ele foi indicado para compor o TRE-RJ pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) —que apoia a candidatura de Crivella à reeleição— no início deste mês. Ele foi professor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ). À revista Crusoé, ele admitiu que a relação com o filho mais velho do presidente ajudou na nomeação.

Crivella ainda pode recorrer da condenação e poderá seguir em sua campanha à reeleição normalmente, mesmo com a candidatura sub judice.