A Campanha Nacional de Vacinação contra a Covid-19, cujo início depende do Ministério da Saúde, foi tema de reunião remota com prefeitos e seus representantes, na manhã da última quinta-feira, 14. Na ocasião o ministro da Saúde, Eduardo Pazzuello, explicitou que para a primeira fase da campanha o Governo Federal distribuirá 8 milhões de doses da vacina contra a COVID-19, sendo 2 milhões de doses desenvolvidas pela Fiocruz, em parceria com a empresa Astrazeneca e a Universidade inglesa de Oxford, e outras 6 milhões de doses da Coronavac, do laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan.

Em Mossoró, a Secretaria Municipal de Saúde confirmou que os profissionais da área de saúde pública e privada, que estão entre os primeiros contemplados pelo Plano Nacional de Vacinação do Ministério, serão vacinados nas suas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e nos postos de trabalho onde estão lotados, e que para agilizar a imunização do grupo prioritário definido pelo ministério foram definidas unidades polos.

“Nós aguardamos ansiosamente pelo início da campanha de vacinação contra a Covid-19 e faremos tudo com muita segurança por termos a certeza dada tanto pelo Ministério da Saúde, quanto pelo Governo do Rio Grande do Norte, de que não faltarão agulhas e seringas”, diz a secretária de Saúde de Mossoró, Morgana Dantas.

Quantitativo

Com relação à quantidade de doses, a secretária disse que o município ainda não recebeu nenhum documento ou indicativo após a reunião remota dos gestores com o ministro Eduardo Pazuello. “Seria ótimo ter esta informação, mas ainda nenhum município brasileiro sabe ao certo quanto vai receber em doses. Aguardamos até que o Ministério emita norma técnica que explique questões como contraindicações, manuseio, conservação, etc. Porque apesar do diálogo, o Ministério da Saúde não colocou as coisas de maneira oficial, por meio de documentos. Mas acreditamos no que foi dito, que a vacina vai chegar à população mais vulnerável dentro do previsto pelo Governo Federal”, disse Morgana.

O Plano Municipal de Vacinação contra a Covid-19 estipula trabalhar com 83 mil doses, tomando como base o que Mossoró costuma receber nas campanhas contra a Influenza. O plano do município se baseia no Plano Nacional e estipula como grupo prioritário nesta primeira fase:

1- Idosos (a partir de 60 anos) institucionalizados, ou seja, que estão em abrigos e casas de repouso, ou sob os cuidados do poder público (Instituto Amantino Câmara, Casa de Saúde São Camilo de Lélis, Cadeia Pública, Penitenciária Agrícola Dr. Mário Negócio);

2- Idosos a partir de 75 anos de idade;

3- Trabalhadores da saúde.

No Plano Nacional, consta ainda o grupo de indígenas aldeados, que não se aplica a Mossoró.

A vacinação dos idosos abrigados no Instituto Amantino Câmara será de responsabilidade de uma equipe de vacinadores da Secretaria Municipal de Saúde.

“Nós vamos pedir a cada hospital público e privado que eles nos enviem a lista dos seus funcionários, e a vacina irá até eles sem que os profissionais tenham que se dirigir às unidades básicas”, explicou a secretária de saúde.

O Plano Municipal de Vacinação prevê que as UBSs sejam monitoradas pelos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF) dos respectivos distritos. As unidades deverão encaminhar para o Programa Nacional de Imunização (PNI) o quantitativo de idosos de suas áreas de abrangência até o próximo dia 19 e receberão a quantidade de doses de acordo com o quantitativo informado.

Logística

As vacinas chegarão a Mossoró e municípios da região oeste através da II Unidade Regional de Saúde Pública (II URSAP) e, segundo o planejamento do governo do estado, em 72 horas a vacinação começará em todas as UBSs da capital do Oeste.

No município serão sete unidades de referência para a vacinação contra a Covid-19: UBS Dr. Chico Costa (Santo Antônio); UBS Vereador Lahyre Rosado Neto (Alto do Sumaré); UBS Maria Soares da Costa (Alto de São Manoel); UBS Dr. Epitácio da Costa Carvalho nos Pintos; UBS Dr. Francisco Nazareno (Bom Pastor); UBS Dr. José Leão (Alto da Conceição) e UBS Dr. Lucas Benjamim (Abolição III).

É recomendado que os cidadãos baixem em seus celulares o aplicativo conecteSUS e o RN Mais Vacina para fazer o registro das vacinas aplicadas.

“Estamos prontos para começar a vacinação, e a população pode ficar tranquila, porque o município conta com apoio do Estado, do Ministério da Saúde e possui uma experiência histórica e vasta em campanhas de vacinação, dispondo de profissionais dedicados e treinados”, concluiu Morgana Dantas.

Cronograma

Quanto ao cronograma para a chegada dos imunizantes aos municípios, o ministro da Saúde disse que isso pode acontecer em 18 de janeiro e que, de forma geral, a campanha está prevista para começar no próximo dia 20 em todo o Brasil.

Contudo, segundo o coordenador de Imunização de Mossoró, Etevaldo Lima, o cumprimento deste prazo por parte do Ministério da Saúde depende do aval da Anvisa, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

Análises

A Anvisa notificou na quinta-feira, dia 14, o Instituto Butantan e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) sobre a falta de documentação para analisar pedidos de uso emergencial das vacinas contra o novo coronavírus. Ambos os laboratórios pediram uso emergencial para grupos de risco na semana passada. O órgão vai se manifestar pela autorização ou não no próximo domingo, dia 17. O site da agência informava, às 14h18 da última quinta-feira que a CoronaVac tinha 40,92% da sua documentação já concluída. Outros 29,32% estão em análise.

Já à Fiocruz, foi solicitada informação complementar sobre 31,29% dos documentos da vacina Oxford/AstraZeneca. O primeiro lote com 2 milhões de doses desta vacina vai chegar pronto da Índia, mas a Fiocruz fará a produção nacional do imunizante.

O imunizante foi adquirido pela pasta junto ao laboratório indiano Serum Institute para garantir o início da vacinação dos brasileiros de forma simultânea e gratuita. O voo que trará as primeiras doses estava programado para ontem, 14, rumo à Ásia, mas foi adiado para esta sexta-feira, 15. 

Fonte: Da Secom/PMM