O pedido de demissão conjunto dos comandantes das Forças Armadas, ontem, causou reações no meio político que vão de demonstração de preocupação até minimização da importância da troca. Alguns, afirmaram que a decisão dos comandantes sinaliza uma recusa à tentativa do presidente Jair Bolsonaro de aparelhar as Forças Armadas.

O general Edson Leal Pujol (Exército), o almirante Ilques Barbosa (Marinha) e o tenente-brigadeiro do ar Antônio Carlos Bermudez (Aeronáutica) deixaram os respectivos cargos. Na véspera, segunda-feira passada, o general Fernando Azevedo e Silva deixou o comando do Ministério da Defesa. Na nota em que anunciou a saída, disse que preservou as Forças Armadas como instituições de Estado.

Nos bastidores, a informação é de que a saída de Azevedo e Silva aconteceu porque o então ministro hesitava em demonstrar apoio dos militares a Jair Bolsonaro. Hoje, haverá uma efeméride cara à relação entre os poderes militar e civil: em 31 de março o golpe que instalou a ditadura em 1964 faz 57 anos. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), minimizou o caso. “Enxergo com naturalidade. Isso precisa ser tratado dentro de um universo próprio que é o das Forças Armadas e do ministério da Defesa sem nenhum tipo de especulação que não seja de uma troca de comando”, disse.

No Twitter, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), manifestou solidariedade aos militares que deixaram seus cargos. Para o tucano, a decisão dos comandantes de deixar os cargos “demonstraram grandeza ao recusar qualquer subserviência a inclinações autoritárias”.

Doria é um dos principais rivais políticos de Jair Bolsonaro atualmente. Ele não cita o presidente nominalmente, mas é a ele que se refere quando cita “inclinações autoritárias”. “As Forças Armadas são instituições de Estado, não de governo”, declarou Doria.

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