A 93ª edição do Oscar acontece neste domingo (25). Com a aproximação do evento, a corrida para assistir a todos os indicados e conhecer os detalhes fica cada vez mais intensa. Confira os detalhes do prêmio da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas e se prepare para o grande momento.

Data, local e horário

A chegada dos convidados e o famoso tapete vermelho começam por volta das oito da noite do domingo, no horário de Brasília, e a cerimônia de entrega dos prêmios deve ocorrer por volta das dez.

O Oscar, que geralmente ocorre em março, foi adiado apenas quatro vezes em seus mais de 90 anos de história, desta vez devido à pandemia da Covid-19. As outras vezes em que isso ocorreu foram por conta de uma inundação em Los Angeles (1938), do assassinato de Martin Luther King (1968) e da tentativa de assassinato de Ronald Reagan, então presidente dos Estados Unidos (1981).

Além da data, outras adaptações tiveram de ser planejadas. O tapete vermelho, por exemplo, será menor — tanto em tamanho, quanto em número de convidados. A chegada dos artistas que decidiram comparecer ao evento de forma presencial será bem mais modesta que em anos anteriores, com menos fotógrafos e entrevistas — mas os tradicionais figurinos suntuosos ainda são esperados.

Ao invés de ser sediado no famoso Dolby Theater, local onde a cerimônia ocorre tradicionalmente, mais um cenário foi adicionado à transmissão em 2021. Alguns trechos da premiação serão realizados na Union Station, uma estação antiga e charmosa em Los Angeles. Desta forma, os convidados poderão se dividir entre os dois lugares e abrir mais espaço para o distanciamento social. Só podem comparecer ao evento os indicados, apresentadores e acompanhantes, e portanto, não haverá sorteio de ingressos para o público e nem convidados da indústria.

Assim como em 2020, o Oscar não terá apenas um apresentador como anfitrião, mas vários participantes que vão conduzir o evento. Alguns nomes importantes já foram anunciados para a tarefa, como vencedores da estatueta no ano passado: o diretor de Parasita — filme que recebeu os principais prêmios, incluindo melhor filme e melhor direção —, Bong Joon Ho, a vencedora da categoria de melhor atriz coadjuvante, Laura Dern, e o laureado com o prêmio de melhor ator, Joaquin Phoenix. Outras celebridades confirmadas são Zendaya, Harrison Ford, Brad Pitt e Reese Witherspoon.

Neste ano, também devido à pandemia, as regras para qualificar um filme para a indicação ao Oscar mudaram. O período de lançamento dos filmes elegíveis foi estendido e a exigência de que a produção passasse pelos cinemas de Los Angeles foi revogada. Dessa maneira, filmes que estrearam em drive-ins ou diretamente nas plataformas de streaming também foram incluídos no processo de seleção.

Quem se saiu bem nessa história foram os serviços digitais: as produções da Netflix arrebataram mais de 30 indicações à estatueta.

O filme com mais indicações, Mank (10 indicações), pertence à plataforma. Outros indicados entre os mais competitivos produzidos pela empresa são Os 7 de Chicago (6 indicações), A Voz Suprema do Blues (5 indicações), O Céu da Meia-Noite (1 indicação) e Tigre Branco (1 indicação).

A Amazon Prime Video tem como seu principal representante o longa O Som do Silêncio, que recebeu indicações a melhor filme e melhor ator (Riz Ahmed), entre outras. Já a Disney+ fez a aposta certeira ao indicar Soul como melhor animação.

Diversidade

Após anos recebendo críticas ácidas pela predominância de pessoas brancas em todas as categorias da premiação, com a tag #OscarsSoWhite (algo como “O Oscar é muito branco”, em português), a Academia parece ter aberto mais espaço para a diversidade.

Em 2020, o prêmio surpreendeu atribuindo algumas das estatuetas mais importantes da noite para Parasita (2019), filme sul-coreano dirigido por Bong Joon Ho e que se tornou a maior estrela da 92ª edição do Oscar.

Em 2021, várias indicações contemplam minorias, se comparadas às listas de indicação de anos anteriores, dominadas por homens brancos. Na direção, por exemplo, pela primeira vez duas mulheres disputam a categoria ao mesmo tempo: Emerald Fennell e Chloé Zhao, pelas obras Bela Vingança e Nomadland, respectivamente.

Para melhor ator, três dos cinco indicados não são brancos: Riz Ahmed, que protagonizou O Som do Silêncio, é um britânico de origem paquistanesa; Chadwick Boseman, que atuou em A Voz Suprema do Blues e faleceu em 2020, é negro; e Steven Yeun, de Minari: Em Busca da Felicidade, é sul-coreano.

Alguns filmes que retratam realidades de populações que não a branca norte-americana ou europeia receberam indicações às principais categorias. É o caso de Judas e o Messias Negro e Minari: Em Busca da Felicidade, por exemplo.

Em parte, isso se deve a uma maior diversidade implantada recentemente no corpo de votantes e jurados do Oscar. Em 2015, época onde as críticas à Academia tomaram força, 93% de seus membros eram brancos e 76% eram homens, com uma média etária de 63 anos. Em 2017, a taxa de mulheres subiu para 33% e a de “minorias sub-representadas” para 19%. Entretanto, como mostram os números, ainda há um longo caminho a percorrer para eliminar as desigualdades.

A partir de outras premiações, como o Globo de Ouro, o BAFTA (prêmio da Academia Britânica de Cinema e Televisão) e o SAG Awards (Prêmio do Sindicato dos Atores), é possível traçar tendências de quais serão os maiores vencedores do Oscar — mesmo porque a grande parte de eleitores vota em mais de uma premiação.

Até o momento, poucas categorias são previsíveis, mas o maior destaque da temporada é Nomadland. Chloé Zhao já arrebatou várias estátuas de melhor direção, incluindo as do Globo de Ouro e do BAFTA, e é uma aposta quase certa para o domingo. O longa também é um forte concorrente para melhor filme.

Na categoria melhor ator, a vitória de Chadwick Boseman é vista como a mais propensa à vitória. O prêmio pelo personagem Levee Green seria póstumo, pois Boseman morreu em 2020, em decorrência de um câncer de cólon.

Há ainda quem aposte em Anthony Hopkins, protagonista do longa Meu Pai, também pode vencer — ele seria o mais velho a levar o prêmio, aos 83 anos, após interpretar um idoso que sofre de perda de memória.

Soul, animação da parceria longeva entre Disney e Pixar, também é praticamente uma certeza entre as previsões. O filme que trata de jazz, alma e essência conquistou público e crítica nos primeiros meses de 2021.

O Brasil está indicado?

Não, não está. O filme indicado pela Academia Brasileira de Cinema para a categoria de melhor filme internacional, Babenco: Alguém tem que ouvir o coração e dizer: parou, não foi escolhido para a lista final de indicados. O longa também havia sido inscrito na categoria melhor documentário, mas também não foi escolhido nela.

Outras produções brasileiras que foram inscritas na premiação foram Carne, de Camila Kater, e Umbrella, de Helena Hilario e Mario Pece, para melhor curta em documentário e melhor curta em animação, respectivamente, e também não foram laureadas pela Academia.

Lista completa dos indicados

Melhor Filme

Meu Pai
Judas e o Messias Negro
Mank
Minari: Em Busca da Felicidade
Nomadland
Bela Vingança
O Som do Silêncio
Os 7 de Chicago

Melhor Atriz

Viola Davis – A Voz Suprema do Blues
Andra Day – Os Estados Unidos vs. Billie Holiday
Vanessa Kirby – Pieces of a Woman
Frances McDormand – Nomadland
Carey Mulligan – Bela Vingança

Melhor Ator

Riz Ahmed – O Som do Silêncio
Chadwick Boseman – A Voz Suprema do Blues
Anthony Hopkins – Meu Pai
Gary Oldman – Mank
Steven Yeun – Minari

Melhor Atriz Coadjuvante

Maria Bakalova – Borat: Fita de Cinema Seguinte
Glenn Close – Era uma vez um sonho
Olivia Colman – Meu Pai
Amanda Seyfried – Mank
Yuh-Jung Youn – Minari: Em Busca da Felicidade

Melhor Ator Coadjuvante

Sacha Baron Cohen – Os 7 de Chicago
Daniel Kaluuya – Judas e o Messias Negro
Leslie Odom Jr. – Uma Noite em Miami
Paul Raci – O Som do Silêncio
Lakeith Stanfield – Judas e o Messias Negro

Melhor Diretor

Thomas Vinterberg – Another Round
David Fincher – Mank
Chloé Zhao – Nomadland
Lee Isaac Chung – Minari: Em Busca da Felicidade
Emerald Fennell – Bela Vingança

Melhor Figurino

Emma – Alexandra Byrne
A Voz Suprema do Blues – Ann Roth
Mank – Trish Summerville
Mulan – Bina Daigeler
Pinocchio – Massimo Cantini Parrini

Melhor trilha sonora original

Destacamento Blood – Terence Blanchard
Mank – Trent Reznor e Atticus Ross
Minari – Emile Mosseri
Relatos do Mundo – James Newton Howard
Soul – Trent Reznor, Atticus Ross e Jon Batiste

Melhor roteiro adaptado

Borat – Fita de Cinema Seguinte
Meu Pai
Nomadland
Uma Noite em Miami
Tigre Branco

Melhor roteiro original

Judas e o Messias Negro
Minari: Em Busca da Felicidade
Bela Vingança
O Som do Silêncio
Os 7 de Chicago

Melhor Maquiagem e Cabelo

Emma
Era Uma Vez um Sonho
A Voz Suprema do Blues
Mank
Pinóquio

Melhor Trilha Sonora Original

Destacamento Blood
Mank
Minari
Relatos do Mundo
Soul

Melhor Canção Original

Fight for You – Judas e o Messias Negro
Hear My Voice – Os 7 de Chicago
Husavik – Festival Eurovision da Canção: A Saga de Sigrit e Lars
Io Si (Seen) – La vita davanti a sé
Speak Now – Uma Noite em Miami

Melhor Fotografia

Judas e o Messias Negro
Mank
Relatos do Mundo
Nomadland
Os 7 de Chicago

Melhor Montagem

Meu Pai
Nomadland
Bela Vingança
O Som do Silêncio
Os 7 de Chicago

Melhor Som

Greyhound
Mank
Relatos do Mundo
Soul
O Som do Silêncio

Design de Produção

Meu Pai
A Voz Suprema do Blues
Mank
Relatos do Mundo
Tenet

Melhores Efeitos Visuais

Amor e Monstros
O Céu da Meia-Noite
Mulan
The One and Only Ivan
Tenet

Melhor Documentário

Collective
Crip Camp
The Mole Agent
Professor Polvo
Time

Melhor Animação

Os Dois Irmãos
Over the Moon
A Shaun the Sheep Movie: Farmageddon
Soul
Wolfwalkers

Melhor Filme Internacional

Another Round
Better Days
Collective
The Man Who Sold His Skin
Quo Vadis, Aida?

Melhor Curta Animado

Burrow
Genius Loci
If Anything Happens I Love You
Opera
Yes-People

Melhor Curta em Documentário

Colette
A Concerto is a Conversation
Do Not Split
Hunger Ward
A Love Song for Latasha

Melhor Curta em Live-Action

Feeling Through
The Letter Room
The Present
Two Distant Strangers
White Eye

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