Entre os diversos impactos da pandemia no Brasil, um dos mais devastadores atinge a população em seu ponto mais vulnerável e faz com que muitas famílias voltem a enfrentar um pesadelo que, no passado, já havia sido superado: a fome. Nos últimos meses de 2020, mais da metade dos lares brasileiros (55,2%) conviveram com algum grau de insegurança alimentar, segundo uma pesquisa.

O levantamento foi realizado pelo Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil, via Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan), sendo visitados 2, 1 mil domicílios. Sem ajuda efetiva do Governo, esse é apenas um dos índices que apontam a gravidade da situação no País, que deve retornar ao Mapa da Fome, do qual havia saído em 2014.

Pensando em minimizar os problemas de famílias menos favorecidas, que são as mais atingidas pela desigualdade, o projeto Amigos do Bem tem dedicado suas forças para ajudar lares isolados localizados no sertão nordestino por meio de doações de alimentos. Segundo a ONG, com o agravamento da covid-19 e a consequente crise econômica, as arrecadações para o projeto caíram pela metade nos meses de janeiro e fevereiro de 2021.

“Sabemos que o momento é muito difícil para todos os brasileiros, mas contamos com a solidariedade de quem pode nos ajudar. Eles não têm para quem pedir”, afirma Alcione Albanesi, fundadora do Amigos do Bem. A organização já realizou uma ação emergencial em 2020 para conter os efeitos da pandemia nessas famílias e agora faz um novo apelo para uma nova campanha.

A ideia é distribuir 100 mil cestas básicas que devem atender mais de 500 mil pessoas, além de manter os projetos já existentes. “Retomamos nosso plano emergencial e vamos unir forças novamente para ajudar as milhares de pessoas atendidas nas regiões mais carentes do país”, enfatiza Alcione.

Com atuação na região onde se concentra a maior parte das pessoas em situação de extrema pobreza, os esforços vão para o sertão nordestino, onde de acordo com o IBGE, 24,3 milhões de pessoas vivem abaixo da linha da pobreza. As doações podem ser feitas pela internet, através do link da Ong.

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