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O esboço da carta à nação publicada nesta quinta-feira, 9, pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) como uma forma de trégua entre os Poderes foi escrito pelo ex-presidente Michel Temer ainda em São Paulo e finalizado em Brasília, afirmou o medebista ao site da Jovem Pan. Segundo Temer, o convite para a reunião partiu de Bolsonaro, que mandou um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) buscar o ex-presidente na capital paulista no fim desta manhã; “O presidente me chamou para conversar e eu ajudei a redigir o documento pacificando as relações entre os Poderes. Fiz um esboço e aprimoramos o texto.

O conteúdo foi debatido entre nós”, afirmou Temer. A conversa foi reservada entre Bolsonaro e o ex-presidente, e não contou com a participação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, a quem o presidente chamou de “canalha” nesta terça-feira, 7. “O ministro Alexandre está disposto a colaborar com o Brasil. Ele me afirmou que quando toma uma decisão, é em função de questões jurídicas, não quer tencionar nada das relações no Brasil”, afirmou Temer, que foi o presidente responsável pela indicação de Moraes ao STF, em 2017.

Segundo Temer, a repercussão quase imediata da publicação do texto é um sinal positivo para apaziguar as tensões. “Acho que foi uma coisa útil. A repercussão foi favorável. Hoje, o presidente Bolsonaro deu mostras que quer colaborar com as distensões”, disse. Em nota, o chefe do Executivo afirmou que nunca teve “nenhuma intenção de agredir quaisquer dos Poderes” e que as falas proferidas nas manifestações de 7 de Setembro “decorreram do calor do momento”.

O presidente reiterou o seu respeito “pelas instituições da República, forças motoras que ajudam a governar o país. Democracia é isso: Executivo, Legislativo e Judiciário trabalhando juntos em favor do povo e todos respeitando a Constituição”. “Por isso quero declarar que minhas palavras, por vezes contundentes, decorreram do calor do momento e dos embates que sempre visaram o bem comum. Em que pesem suas qualidades como jurista e professor, existem naturais divergências em algumas decisões do Ministro Alexandre de Moraes. Sendo assim, essas questões devem ser resolvidas por medidas judiciais que serão tomadas de forma a assegurar a observância dos direitos e garantias fundamentais previsto no Art 5º da Constituição Federal.”