O edital de privatização dos Correios deve ser publicado em abril do ano que vem. A previsão é do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), que coordena a desestatização e também quer que o leilão seja realizado em seguida. Fábio Abrahão, diretor de Concessões e Privatizações do BNDES explicou detalhes do processo em um seminário na 2ª feira (20.set.2021), promovido pela Ablec (Associação Brasileira de Lojistas de e-commerce). O modelo ainda será fechado, mas prevê que o serviço de entregas de produtos financie o serviço postal universal.

“A ideia é manter os 2 serviços, tanto o postal quanto o de encomendas. O postal se mantém com a boa eficiência nas encomendas”, afirmou Abrahão. O diretor disse que seja o comprador dos Correios nacional ou internacional o serviço postal será preservado. Abrahão afirmou que a criação do mecanismo é prevista em “um conjunto de regras”.

O BNDES espera que a “capilaridade incomparável” do serviço dos Correios no Brasil atraia investidores. Mas a estatal também tem dívidas e obrigações a pagar que somam R$ 8 bilhões.

Além disso, para esse modelo ser o publicado em edital, é necessário que antes o Senado aprove o projeto de lei que permite a privatização dos Correios. Essa aprovação precisaria ser ainda este ano. Assim, o conselho interministerial aprovaria o modelo proposto em janeiro.

Se todas as aprovações derem certo, o BNDES pretende abrir o data room, com dados econômicos e financeiros da estatal, ainda em janeiro. Ao mesmo tempo, o edital iria para o TCU (Tribunal de Contas da União). É só com a aprovação do tribunal que o edital pode ser publicado.

O BNDES tem pressa para a privatização porque avalia que os Correios “vem perdendo participação de mercado em velocidade não desprezível” com a mudança tecnológica. “Daqui a 5 anos, certamente o valor dos Correios será menor”, disse Abrahão.

Mas, em 2020, os Correios registraram lucro de R$ 1,53 bilhão. Foi o 4º ano seguido de lucro da estatal. Antes disso, a estatal acumulou um prejuízo de R$ 2,3 bilhões. Mas agora os Correios têm conseguido se recuperar. O prejuízo acumulado foi reduzido para R$ 859,2 milhões. Além disso, também em 2020, a estatal teve recorde nas receitas internacionais. Foram R$ 1,2 bilhão. Em 2019, R$ 919 milhões.

Poder 360