Neste domingo, 7, a Band Natal promoveu o primeiro debate entre os candidatos ao governo do estado do Rio Grande do Norte e a exemplo dos demais estados onde aconteceram também os debates, o modelo mostrou equilíbrio para todos os participantes, embora alguns não tenham sabido aproveitar.

Clorisa Linhares (PMB), Daniel Moraes (Psol), Fábio Dantas (Solidariedade), Fátima Bezerra (PT) e Styvenson Valentim (Podemos) foram os protagonistas da noite do domingo na Band.

Se houve interferência do marketing da campanha dos candidatos durante o debate, e com certeza houve, foi pífia.

O que se viu foram três candidatos oposicionistas, como em uma luta de box, (Clorisa, Fábio e Styvenson) em todos os rounds, querendo levar Fátima às cordas, enquanto que um quarto, Daniel, servia de sparring à petista, sempre era salva pelo gongo.

Fátima, insistentemente, com certeza baseada em alguma pesquisa qualitativa, querendo desqualificar Fábio por ele ter integrado a chapa como vice-governador de Robinson Faria cuja gestão, segundo a governadora, “foi o maior desastre da história do RN”. A governadora, que não conseguiu ser esclarecedora com relação às situações da educação e da saúde, tentou forçar um round extra ao alegar direito de resposta a questionamentos entre Styvenson e Fábio envolvendo a sua gestão. E sempre que levada às cordas, a petista se valia do desastre do seu antecessor e falava num segundo mandato, ressaltando Lula como presidente da República.

Em todos os momentos, Styvenson demonstrou pouca convivência com os números e em algumas ocasiões, por trazer as perguntas escritas por alguém, perdeu tempo e não concluía o seu raciocínio. Foi perspicaz e tinha na memória os valores transferidos para o RN através de suas emendas parlamentares, mas em nenhum momento mostrou propostas concretas numa possível gestão estadual sob o seu comando.

Fábio mostrou conhecimento das problemáticas do RN, mas perdeu tempo em ter que fazer esclarecimentos a Fátima e a Daniel sobre seu envolvimento com a gestão de Robinson Faria. Mesmo assim, conseguiu levar a governadora às cordas com dados negativos da atual gestão. Junto aos demais candidatos, à exceção de Daniel, Fábio fez o “jogo de compadres e comadres” possibilitando falar, embora timidamente, de projetos de sua possível gestão.

Clorisa foi claríssima ao querer ser a antagônica de Fátima e logo se identificou com a candidatura de Bolsonaro em evidente resposta à governadora que sempre se valia da parceria com Lula. Mesmo sem se aprofundar, trouxe alguns números para uma gestão, mas terminou mesmo por se valer da religião como forma de alavancar a sua candidatura.

Daniel demonstrou ser parceiro político de Fátima, encenou insatisfação com a gestão estadual, mas focou sua preocupação no problema da fome e abriu a guarda para que a governadora culpasse somente o governo federal.

Ao final do debate, se constatou um nível sofrível na apresentação de propostas administrativas, embora todos retratassem que por ter servido apenas como “sparring” para todas as “lutas”, o Rio Grande do Norte foi à “lona” e se encontra em estado de “coma” com possibilidade ainda de recuperação a longo prazo.

Bosco Afonso