A arte de Luiz Gonzaga soube retratar os tipos existentes no Nordeste como um todo, do sertão ao litoral, de maneira fidedigna. O padre sertanejo, os costumes, os coronéis, os agricultores, as riquezas e peculiaridades dos estados nordestinos e, por vezes, foi a voz mais forte da região com o seu canto e clamor aos mais necessitados. Não é de se estranhar, por exemplo, que quando ouvimos uma canção como “Estrada de Canindé” não nos peguemos a imaginar aquela estrada de terra batida, as pessoas a seguir por seu percurso seja em animais diversos ou a pé observando toda a bucólica paisagem que compõe tal letra.
É por essas e por outras qualquer tentativa de mensurar a importância do legado da obra de Luiz Gonzaga para a música brasileira particularmente a nordestina será sempre em vão. A onipresença do Rei do baião nos mais diversos contextos musicais brasileiro é a maior prova disto. Recentemente o cantor e compositor Gilberto Gil disse em entrevista, que sem a existência de Gonzagão a sua obra não existiria; do mesmo modo, Geraldo Azevedo reiterou essa afirmação na última segunda-feira ao participar de um programa de rádio carioca. Eu vou mais além defendendo a teoria que sem a presença de Gonzaga na música brasileira não haveria essa unidade existente hoje na cultura da região.